sexta-feira, 31 de julho de 2015

20 Filmes que completam 20 Anos em 2015 | Parte IV

Um drama estupendo e verdadeiro que examina com uma delicadeza ácida o polêmico tema da pena de morte; o álcool como instrumento de fuga das pressões e amarguras da vida; a confusão organizada do diretor que consegue transmitir, de maneira surreal, os dilemas de um existencialismo problemático e de um futuro malogrado; a combinação perfeita que faz de alguns filmes de Martin Scorsese sucessos absolutos; e o nascimento de um dos estúdios mais importantes da contemporaneidade que alcançou o sucesso com o lançamento de seu longa de estreia, considerado o primeiro da história do cinema de animação a ser feito inteiramente através do computador.

Dessa forma, o Rotina Cinemeira encerra a retrospectiva realizada ao longo deste mês de julho, elencando 20 importantes trabalhos produzidos e lançados em um não tão distante 1995, ano repleto de filmes inesquecíveis, clássicos contemporâneos que ainda mantém o fôlego e chegam vigorosos em 2015, completando os seus 20 anos. Preciosidades que, se ainda não estão, já deveriam estar nas estantes (ou nos HDs) de qualquer cinéfilo.

Os Últimos Passos de um Homem (Dead Man Walking, Reino Unido | Estados Unidos, 1995)

Direção: Tim Robbins

O nó na garganta e o desespero angustiante de uma personagem da vida real deram a Susan Sarandon o seu único, demorado e, enfim, merecidíssimo Oscar de Melhor Atriz. Em “Os Últimos Passos de um Homem” ela interpreta a Irmã Helen Prejean, uma freira católica que passa a ser a guia espiritual de Matthew Poncelet (Sean Penn), um homem que já caminha condenado pelos corredores da morte de uma penitenciária do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos. Matthew enviou uma carta à irmã, pois foi considerado culpado pelo assassinato de um casal de adolescentes, sendo que uma das vítimas ainda fora estuprada antes de morrer. Tomando conhecimento das provas precárias que levaram à condenação de Matthew, Helen decide ajudá-lo.

Mesmo com a reponsabilidade e a incumbência profissional (e, por que não, divina) de sempre consolar alguns encarcerados, Helen permite se aproximar um pouco mais de Matthew, criando um forte vínculo de amizade. A partir desse momento, o seu envolvimento com o caso se torna tão intenso que até mesmo uma certa empatia com os familiares das vítimas começa a ser estabelecida. À espera de que a execução seja realizada a qualquer momento, tanto o condenado quanto as famílias observam a luta que a Irmã Prejean ainda trava para salvar uma vida. O desencadear de fortes emoções mostram as vigílias e as impacientadas tentativas de se conseguir a suspensão da pena por parte do Governador, à mesma medida em que cenas do crime brutal também vão sendo intercaladas na trama, revelando ao espectador as verdades sobre os eventos ocorridos.

Um ano após se destacar interpretando Andy Dufresne no fantástico “Um Sonho de Liberdade” (1994) de Frank Darabont, Tim Robbins volta a abordar a temática da situação carcerária de seu país em sua segunda incursão como cineasta (ele já havia realizado a comédia “Bob Roberts”, em 1992). Para o diretor, o que era utópico e beirava o fantasioso no longa de Darabont, agora soa frio, sombrio e realisticamente cru em seu próprio filme. Já para a verdadeira Irmã Helen, qualquer vida é importante, valendo a pena o esforço de lutar pela sua preservação.

A discussão sobre a pena de morte sempre gerará milhares de debates, embates e opiniões controversas. “Os Últimos Passos de um Homem” é uma história finamente desenhada que nos envolve plenamente aos dilemas das personagens pois, embora não nos mostre uma história que aconteceu legitimamente, reflete muito o conjunto das experiências reais e dolorosas que Helen Prejean viveu por anos em algumas penitenciárias estadunidenses.

"Dead Man Walking" (1995) de Tim Robbins - Havoc | Polygram Filmed Entertainment [us] | Working Title Films [gb]

Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, Estados Unidos, 1995)

Direção: Mike Figgis

Foram as angústias desesperadas de Ben Sanderson, um alcoólatra inveterado que vive em Los Angeles, que premiaram Nicolas Cage com o Oscar de Melhor Ator. O longa do diretor britânico Mike Figgis conta o peculiar drama deste homem, um renomado roteirista de Hollywood que foi abandonado pela família, pelos amigos e perdeu tudo por causa de seu impulsivo hábito de beber abusivamente. Demitido de seu último emprego e determinado a dar um fim simplório à sua vida, Sanderson decide viajar de carro para Las Vegas, onde planeja se embriagar até a morte. Chegando à cidade, o escritor conhece e se apaixona por Sera (Elisabeth Shue), uma prostituta que também viveu por muito tempo na Califórnia e que agora enfrenta graves problemas com o seu agenciador.

Após engatar um relacionamento de forma curiosamente estranha com Sera, Sanderson acaba decidindo morar com a garota de programa e, em um “pacto de não interferência” selado pelos dois, ela acaba respeitando o fato de ele ser um alcoólatra, e ele também mantém o respeito pelos caminhos que ela escolheu para ganhar a vida, não podendo criticar a sua ocupação. Entretanto, a relação que parecia caminhar de maneira estável começa a ser afetada pela deterioração da saúde do ex-roteirista, que se encaminha para uma definhada e irreversível condição. O agravamento do quadro acaba fazendo com que Sera quebre a promessa, aconselhando Ben a procurar auxílio médico. Ele se enfurece e, aparentemente, coloca tudo a perder, embora a singeleza escondida na relação tropológica dos dois revele um final encantadoramente belo que só pode ser sentido assistindo ao filme.

Dramas densos e distintos como os de Ben Sanderson são comumente retratados em várias produções hollywoodianas que envolvem e sempre relacionam as temáticas do alcoolismo e dos lapsos de autor. Observamos os claros problemas de escritores com a bebida como, por exemplo, no clássico “Farrapo Humano” (1945) de Billy Wilder, e na semi-autobiografia bukowskiana “Barfly - Condenados Pelo Vício” (1987) de Barbet Schroeder. Apesar de não sofrer efetivamente de bloqueio criativo, a personagem de Nicolas Cage recorre ao álcool para superar todas as suas frustrações e pressões no trabalho, um exemplo semelhante ao do publicitário Joe Clay, vivido por Jack Lemmon em “Vício Maldito” (1962) de Blake Edwards. Problemas reais, vividos por pessoas reais e disfarçadamente canalizados no fantasioso mundo de glamour proporcionado por uma “inocente” e viciosa Hollywood. Estado grave!

"Leaving Las Vegas" (1995) de Mike Figgis - Lumiere Pictures [gb] | A Lila Cazès Production [fr] | Initial Productions [fr]

Os Doze Macacos (Twelve Monkeys, Estados Unidos, 1995)

Direção: Terry Gilliam

Inventivo e excêntrico, Terry Gilliam “nada de braçadas” sobre um mar de fantasias, mas sempre mantém emersa alguma parte de seu corpo na realidade. Em seus filmes, mensagens valiosas para a humanidade ficam ocultas em ambientes surreais, reflexos da fusão entre o existencialismo e a dissimulação de sua comprovada confusão organizada. Não obstante, o antigo membro da trupe Monty Python começou na carreira de cineasta quando o grupo de comediantes ainda estava na ativa e pôde usufruir da genialidade de todos para realizar seus primeiros longas. Dividindo a direção com o parceiro Terry Jones, Gilliam lançou “Monty Phyton - Em Busca do Cálice Sagrado” (1975) e “Monty Phyton - O Sentido da Vida” (1983). Entre eles, as comédias de aventura “Jabberwocky - Um Herói por Acaso” (1977) e “Os Bandidos do Tempo” (1981) deram ao britânico a segurança e a tranquilidade para escancarar a sua famigerada ousadia.

O cinema de Gilliam começou a ganhar austeridade com o distópico “Brazil - O Filme” (1985) e o com parabólico “O Pescador de Ilusões” (1991) e, quando diretor se propôs viajar no tempo e abarcar as memórias estáticas de passado, presente e futuro, acabou nos brindando com o eficaz “Os Doze Macacos”. Nele, observamos James Cole (Bruce Willis), um solitário viajante incidental que retorna a tempos passados vindo do ano de 2035. Na verdade, o aventureiro é um condenado que aceita a “missão voluntária” de tentar decifrar o mistério sobre um vírus mortal que há tempos vinha dizimando a maior parte da humanidade. De fato, a chave para encontrar a cura da doença está no passado, mas, tomado como um louco, Cole tentará provar a sua sanidade à Doutora Kathryn Railly (Madeleine Stowe), sua psiquiatra e única esperança de livrar o futuro de sua terrível sina.

Ainda destacada por um estilo visual fantástico e pela atuação soberba de Brad Pitt, que interpreta o doente mental Jeffrey Goines, peça fundamental no ponto de virada dramático da trama (e papel que rendeu a primeira indicação ao Oscar para o ator, na ocasião), a produção de “Os Doze Macacos” pode ser considerada uma das mais relevantes e significativas da ficção científica das últimas décadas. Inspirado no arguto curta-metragem francês “La Jetée - A Plataforma” (1962) de Chris Marker, que descreve o mesmo cenário enternecido de um mundo pré e pós apocalíptico rescaldado pelos conflitos da Terceira Guerra Mundial, o filme de Terry Gilliam apenas nos apresenta, em sua típica desordem, os (in)solucionáveis caminhos para a salvação da (benevolente?) raça humana.

"Twelve Monkeys" (1995) de Terry Gilliam - Universal Pictures [us] | Atlas Entertainment [us] | Classico

Cassino (Casino, Estados Unidos | França, 1995)

Direção: Martin Scorsese

Para quem gosta muito de cinema e tem o costume de acompanhar fielmente as filmografias dos maiores astros e cineastas da história, sabe que a conjugação “Robert De Niro + Martin Scorsese” funcionou e funciona muito bem (inclusive, com expectativas enormes para que “The Irishman” possa ser anunciado). Sabemos ainda que quando um elemento chamado Joe Pesci entra na equação, as coisas tendem a melhorar, e muito! E apesar de “Cassino” ter sido injustamente ignorado pela crítica à época de seu lançamento, ele acaba mostrando o que Scorsese tem de melhor: um visual deslumbrante e magistralmente iluminado; cenas densas de tirar o fôlego; um roteiro inteligentemente amarrado por Nicholas Peleggi, repetindo o sucesso de “Os Bons Companheiros” (1990); além de, é claro, De Niro e Pesci.

O longa-metragem mais glamoroso e sedutor do diretor nova-iorquino ainda conta com a estonteante Sharon Stone no elenco e nos transporta para o mundo ambicioso da Las Vegas dos anos 70, uma época gloriosa em que a Máfia ainda controlava as desvanecidas máquinas caça-níqueis, as arrebatadoras roletas e as desafiadoras mesas de carteado, bem antes do advento e do monopólio dos jogos de azar por parte de grandes corporações. A trama atravessa o destino de três personagens principais: Sam “Ace” Rothsein (De Niro), um diretor bem-sucedido do famoso Casino Tangiers que guarda consigo um passado extremamente comprometedor; Ginger McKenna (Stone), uma bela acompanhante de luxo que conseguia persuadir e dominar a todos, menos o seu cafetão; e Nicky Santoro (Pesci), um gângster que garante a segurança de Rothsein e o ajuda a manter de pé um dos maiores cassinos de Vegas, deixando-o distante qualquer lei que possa afetar ou destruir o empreendimento.

Sam acaba se envolvendo com Ginger, mas tão logo ele consiga se dar conta das artimanhas idealizadas pela prostituta interesseira, Santoro comete uma série de falhas grosseiras que poderão colocar a perder todos os negócios do poderoso administrador. Baseado na história real da conflituosa e bancarrota amizade do apostador de carreira Frank “Lefty” Rosenthal e do mafioso Anthony Spilotro, “Cassino” é o retrato do perigoso e, por vezes, pecaminoso mundo das apostas que através da violência traduz o lado mais sombrio do venerado Império em que se transformou Las Vegas, a Disneylândia dos adultos.

"Casino" (1995) de Martin Scorsese - Universal Pictures [us] | Syalis DA | Légende Entreprises [fr] | De Fina-Cappa

Toy Story (Toy Story, Estados Unidos, 1995)

Direção: John Lasseter

Em meados dos anos 80, um promissor estudante de artes visuais despontava como um talentoso e inventivo desenhista. A facilidade que tinha em dominar uma tecnologia tão complexa quanto a animação computadorizada levou o californiano John Lasseter a trabalhar na conceituada Lucasfilm Computer Graphics Group, e fez com que ele produzisse, em anos seguidos, três belíssimos desenhos animados em curta-metragem feitos exclusivamente em meio digital: “Luxo Jr.” (1986), onde Luxo, um papai-luminária brinca de maneira desajeitada com uma bola junto com Luxo Jr., seu filho-luminária; “O Sonho de Red” (1987), sobre um velho e rejeitado monociclo chamado Red que sonha ser uma grande estrela circense; e “Tin Toy” (1988), sobre um bebê frenético e destrutivo que persegue os seus medrosos brinquedos, que possuem vida própria.

O lançamento de “Luxo Jr.” (desde sempre mascote e logotipo oficial da atual Pixar Animation Studios) coincide, inclusive, com a compra da Pixar Studio (subdivisão da Lucasfilm onde o diretor trabalhava à época) por parte do visionário empresário Steve Jobs, que deu uma nova cara à empresa. Com a premissa de poder contar histórias interessantes ao dar vida à objetos inanimados e com o sucesso absoluto de “Tin Toy”, que deu a Lasseter o Oscar de Melhor Curta Animado em 1989, as mentes criativas da, agora, pequena Pixar puderam investir em algo mais audaz e trabalhar, por exemplo, em um ambicioso roteiro de longa-metragem que pudesse animar o mais fascinante dos objetos inanimados: os brinquedos! E, ainda por cima, brinquedos que brincam sozinhos enquanto os seus donos não estão presentes. Dessa forma, o impressionante e fantástico mundo de “Toy Story” enfim chegou aos cinemas, encantando imediatamente a crítica, o público especializado e, principalmente, as famílias.

A história gira em torno do Xerife Woody, um cowboy de pano com cabeça plástica que é o brinquedo favorito de Andy Davis, um garotinho simpático que está prestes a completar oito anos. Durante a festa de aniversário de seu dono, Woody arma uma verdadeira operação de guerra para descobrir se algum presente que Andy ganhará de seus colegas será bom o suficiente para tomar o lugar de qualquer um dos “moradores” do quarto do garoto. Líder dos outros brinquedos, o xerife se mostra completamente ciumento e egoísta, estando preocupado exclusivamente consigo mesmo.

Entretanto, a surpreendente chegada do ultramoderno patrulheiro espacial Buzz Lightyear ameaça o reinado do cowboy, que começa a alimentar uma rixa entre eles. A popularidade de Buzz com todos os brinquedos deixa xerife irritado, e a rivalidade culmina em uma perigosa aventura de retorno ao lar vivida pelos dois, que ainda envolve um tour intergaláctico pelo restaurante Pizza Planet e um confronto épico com Sid, o vizinho “brinquedicida” de Andy. Movido pelo espírito de companheirismo e pela fidelidade ao seu dono, Woody vence o comodismo, dribla as desavenças e se torna amigo de Buzz. Finalmente os dois começam a trabalhar juntos, com o objetivo principal de retornem com estilo à caixa de brinquedos da criança que tanto amam.

“Toy Story” é um filme revolucionário, não só por fascinar crianças e adultos ou por ter uma lista incontável de personagem incrivelmente cativantes (como Hamm, o porquinho-cofre; Rex, o tiranossauro de plástico; Slinky, o cachorro-mola; e o astro da Hasbro, Senhor Cabeça de Batata). Recheada de humor, a primeira e inesquecível aventura de Woody, Buzz e toda a turma trata com muita emoção e singeleza as virtudes e os valores únicos que só um dom como a amizade podem nos oferecer.

"Toy Story" (1995) de John Lasseter - Pixar Animation Studios [us] | Walt Disney Pictures [us]

Chegamos ao fim! Mas para relembrar os filmes apresentados anteriormente na nossa retrospectiva, basta visitar os artigos clicando nos links correspondentes a seguir:

PARTE I                   PARTE II                   PARTE III

Vale lembrar que a nossa retrospectiva especial de julho voltará com força total no ano que vem, apresentando a revisão cinematográfica de clássico incríveis lançados no ano de 1996.

Até lá!

Vistos e Revistos em 2015 #julho

Julho: um mês cheio de ocasiões e tão corrido quanto a maneira com que a lista será apresentada desta vez. De alguma forma, tento sempre lembrar (com todas as forças) que a minha paixão pelo cinema é imensa, mas o tempo, infelizmente, falha para todos nós...

Não é à toa que foram apenas mais 29 títulos vistos ou revistos do final de junho para cá, sendo que, pela primeira vez no ano, assisto a uma quantidade de filmes menor do que a do número de dias que tem um presente mês.  Entretanto, ainda mantenho alta a média da meta que pretendo cumprir até o final do ano de 2015, deixando-a acima de 1 filme/dia. Continuo feliz!

Sempre tenho o costume de lembrar que indico todos os filmes aos quais assisto! É importante frisar que cada um deles, por pior que seja, tem direito a uma recomendação, simplesmente pela proposta à experiência da degustação cinematográfica. Uma vez ou outra (no caso, quase sempre) o que agrada aos olhos de um pode não agradar aos olhos de todos os outros.

Observação: os filmes em destaque na lista a seguir possuem perfis, artigos ou críticas nas sessões “Sempre um Clássico” ou “Identidade Nacional” ou ainda fizeram parte da programação anual do Projeto “Cinema em Transe” do Sesc Palladium de Belo Horizonte que valoriza as nossas mais recentes produções nacionais. É só clicar nos links para conferir os artigos!

E agora: no pique! Compartilho com vocês todos os 257 filmes já apreciados em 2015:

001 - Abismo Prateado, O (O Abismo Prateado, Brasil, 2011)

002 - Abominável Doutor Phibes, O (The Abominable Dr. Phibes, Reino Unido | Estados Unidos, 1971)

003 - Abutre, O (Nightcrawler, Estados Unidos, 2014)

004 - Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, Estados Unidos, 1934)

005 - Agonia e Glória (The Big Red One, Estados Unidos, 1980)

006 - Alegre Divorciada, A (The Gay Divorcee, Estados Unidos, 1934)

007 - Além da Fronteira (Out in the Dark, Israel | Estados Unidos, 2012)

008 - Alien, o Oitavo Passageiro (Alien, Estados Unidos | Reino Unido, 1979)


010 - Amantes Crucificados, Os (Chikamatsu Monogatari, Japão, 1954)

011 - Amargo Regresso (Coming Home, Estados Unidos, 1978)

012 - Amores Brutos (Amores Perros, México, 2000)

013 - Amores de Apache (Casque d’Or, França, 1952)

014 - Anabazys - O Terceiro Testamento de Glauber Rocha (Anabazys, Brasil, 2007)

015 - Aniversário Macabro (The Last House on the Left, Estados Unidos, 1972)

016 - Anjo do Mal (Pickup on South Street, Estados Unidos, 1953)

017 - Ao Rufar dos Tambores (Drums Along the Mohawk, Estados Unidos, 1939)

018 - Apaixonados (Shockproof, Estados Unidos, 1949)

019 - Aplausos (Applaus, Dinamarca, 2009)

020 - Atire a Primeira Pedra (Destry Rides Again, Estados Unidos, 1939)

021 - Aventura de Billy the Kid, Uma (Une Aventure de Billy le Kid, França, 1971)

022 - Babel (Babel, França | Estados Unidos | México, 2006)

023 - Bala para o General, Uma (Quién Sabe?, Itália, 1966)

024 - Batalha do Passinho: O Filme, A (A Batalha do Passinho: O Filme, Brasil, 2012)

025 - Batguano (Batguano, Brasil, 2014)

026 - Batman (Batman, Estados Unidos | Reino Unido, 1989)

027 - Beatniks, Os (Heart Beat, Estados Unidos, 1980)

028 - Beau Geste (Beau Geste, Estados Unidos, 1939)

029 - Besta Humana, A (La Bête Humaine, França, 1938)

030 - Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance), Estados Unidos | Canadá, 2014)

031 - Blade Runner, o Caçador de Androides (Blade Runner, Estados Unidos | Hong Kong | Reino Unido, 1982)

032 - Blow-Up - Depois Daquele Beijo (Blowup, Reino Unido | Itália | Estados Unidos, 1966)

033 - Boêmio Encantador (Holiday, Estados Unidos, 1938)

034 - Boulevard do Crime, O (Les Enfants du Paradis, França, 1945)

035 - Boxtrolls, Os (The Boxtrolls, Estados Unidos, 2014)

036 - Branco Sai, Preto Fica (Branco Sai, Preto Fica, Brasil, 2015)


038 - Cake: Uma Razão para Viver (Cake, Estados Unidos, 2014)

039 - Caminhos da Floresta (Into the Woods, Estados Unidos | Reino Unido | Canadá, 2014)

040 - Cante um Funk para um Filme (Cante um Funk para um Filme, Brasil, 2007)

041 - Carícia Fatal (Ratos e Homens) (Of Mice and Men, Estados Unidos, 1939)

042 - Carrossel da Esperança (Jour de Fête, França, 1949)

043 - Casa de Bambu (House of Bamboo, Estados Unidos, 1955)

044 - Casal Osterman, O (The Osterman Weekend, Estados Unidos, 1983)


046 - Ceia dos Acusados, A (The Thin Man, Estados Unidos, 1934)

047 - Céu que nos Protege, O (The Sheltering Sky, Reino Unido | Itália, 1990)

048 - Cinzas no Paraíso (Days of Heaven, Estados Unidos, 1978)

049 - Clube dos Cinco (The Breakfast Club, Estados Unidos, 1985)


051 - Como Treinar o seu Dragão 2 (How to Train your Dragon 2, Estados Unidos, 2014)

052 - Conto da Princesa Kaguya, O (Kaguyahime no Monogatari, Japão, 2013)

053 - Contos da Lua Vaga (Ugetsu Monogatari, Japão, 1953)

054 - Contrastes Humanos (Sullivan’s Travels, Estados Unidos, 1941)

055 - Coração Satânico (Angel Heart, Reino Unido | Canadá | Estados Unidos, 1987)

056 - Corcunda de Notre Dame, O (The Hunchback of Notre Dame, Estados Unidos, 1939)


058 - Cujo (Cujo, Estados Unidos, 1983)

059 - De Onde se Avistam as Chaminés (Entotsu no Mieru Basho, Japão, 1953)

060 - Deixe a Luz Acesa (Keep the Lights On, Estados Unidos, 2012)

061 - Demônio da Argélia, O (Pépé le Moko, França, 1937)

062 - Demônio das Onze Horas, O (Pierrot le Fou, França | Itália, 1965)

063 - Departamento Q - Guardiões das Causas Perdidas (Kvinden i Buret, Dinamarca | Alemanha | Suécia, 2013)

064 - Desconstruindo Harry (Deconstructing Harry, Estados Unidos, 1997)

065 - Deserto Azul (Deserto Azul, Brasil | Chile, 2013)

066 - Dia nas Corridas, Um (A Day at the Races, Estados Unidos, 1937)

067 - 2 Coelhos (2 Coelhos, Brasil, 2012)

068 - Dois Dias, uma Noite (Deux Jours, une Nuit, Bélgica | França | Itália, 2014)

069 - Dragões da Violência (Forty Guns, Estados Unidos, 1957)

070 - Duelo Silencioso (Shizukanaru Kettô, Japão, 1949)

071 - Duna (Dune, Estados Unidos, 1984)

072 - Dúvida (Doubt, Estados Unidos, 2008)

073 - E aí, Meu Irmão, Cadê Você? (O Brother, Where Art Thou?, Reino Unido | França | Estados Unidos, 2000)


075 - Elas só Transam no Disco (Elas só Transam no Disco, Brasil, 1983)

076 - Elite de Assassinos (The Killer Elite, Estados Unidos, 1975)

077 - Em Trânsito (Em Trânsito, Brasil, 2013)

078 - Enigma de Outro Mundo, O (The Thing, Estados Unidos, 1982)

079 - Enigma para Demônios (Enigma para Demônios, Brasil, 1975)

080 - Era uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari, Japão, 1953)

081 - Esculacho (Esculacho, Brasil, 2013)

082 - Espada era a Lei, A (The Sword in the Stone, Estados Unidos, 1963)

083 - Espantalho (Scarecrow, Estados Unidos, 1973)

084 - Estranho Mundo de Jack, O (The Nightmare Before Christmas, Estados Unidos, 1993)

085 - Evangelho Segundo São Mateus, O (Il Vangelo Secondo Matteo, Itália | França, 1964)

086 - Exterminador do Futuro, O (The Terminator, Reino Unido | Estados Unidos, 1984)

087 - Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, O (Terminator 2: Judgment Day, Estados Unidos | França, 1991)

088 - Família Bélier, A (La Famille Bélier, França | Bélgica, 2014)

089 - Fargo - Uma Comédia de Erros (Fargo, Estados Unidos | Reino Unido, 1996)

090 - Festa de Família (Festen, Dinamarca | Suécia, 1998)

091 - Filho Único (Hitori Musuko, Japão, 1936)

092 - Filme para Poeta Cego (Filme para Poeta Cego, Brasil | Cuba, 2012)

093 - Fotografia Oculta de Vivian Maier, A (Finding Vivian Maier, Estados Unidos, 2013)

094 - Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (Foxcatcher, Estados Unidos, 2014)

095 - Frances Ha (Frances Ha, Estados Unidos, 2012)

096 - French Cancan (French Cancan, França | Itália, 1954)

097 - Frenesi (Frenzy, Reino Unido, 1972)

098 - Fúria Sanguinária (White Heat, Estados Unidos, 1949)

099 - Garota Exemplar (Gone Girl, Estados Unidos, 2014)

100 - Garoto de Bicicleta, O (Le Gamin au Vélo, Bélgica | França | Itália, 2011)

101 - Gaviões e Passarinhos (Uccellacci e Uccellini, Itália, 1966)

102 - Gigante de Ferro, O (The Iron Giant, Estados Unidos, 1999)

103 - Gilbert Grape: Aprendiz de Sonhador (What’s Eating Gilbert Grape, Estados Unidos, 1993)

104 - Grande Ilusão, A (La Grande Illusion, França, 1937)

105 - Guarda-Chuvas do Amor, Os (Les Parapluies de Cherbourg, França | Alemanha Ocidental, 1964)

106 - Gunga Din (Gunga Din, Estados Unidos, 1939)

107 - Halloween - A Noite do Terror (Halloween, Estados Unidos, 1978)

108 - Herói de Mentira (Hail the Conquering Hero, Estados Unidos, 1944)

109 - Heróis Esquecidos (The Roaring Twenties, Estados Unidos, 1939)

110 - História Real, Uma (The Straight Story, França | Reino Unido | Estados Unidos, 1999)

111 - Homem das Multidões, O (O Homem das Multidões, Brasil, 2013)


113 - Homem que Amava as Mulheres, O (L’Homme qui Aimait les Femmes, França, 1977)

114 - Hora dos Mortos-Vivos, A (Re-Animator, Estados Unidos, 1985)

115 - Hora Mágica, A (A Hora Mágica, Brasil, 1999)

116 - Ida (Ida, Polônia | Dinamarca | França | Reino Unido, 2013)

117 - Imagens (Images, Reino Unido | Estados Unidos, 1972)

118 - Implacáveis: Fuga Perigosa, Os (The Getaway, Estados Unidos, 1972)

119 - Inferno (Inferno, Holanda | Estados Unidos, 2013)

120 - Inimigo Público (The Public Enemy, Estados Unidos, 1931)


122 - Inquilino, O (Le Locataire, França, 1976)

123 - Instinto Fatal (Monkey Shines, Estados Unidos, 1988)

124 - Intendente Sanshô, O (Sanshô Dayû, Japão, 1954)

125 - Interestelar (Interstellar, Estados Unidos | Reino Unido | Canadá, 2014)

126 - Invasores de Corpos, Os - A Invasão Continua (Body Snatchers, Estados Unidos, 1993)

127 - Invenção de Hugo Cabret, A (Hugo, Estados Unidos, 2011)

128 - Inventário da Rapina (Inventário da Rapina, Brasil, 1986)


130 - Irmãos Cara de Pau, Os (The Blues Brothers, Estados Unidos, 1980)

131 - Irmãos Marx no Circo, Os (At the Circus, Estados Unidos, 1939)

132 - Irmãs Diabólicas (Sisters, Estados Unidos, 1973)

133 - Janela Indiscreta (Rear Window, Estados Unidos, 1954)

134 - Jogo da Imitação, O (The Imitation Game, Reino Unido | Estados Unidos, 2014)

135 - Juiz, O (The Judge, Estados Unidos, 2014)

136 - Juno (Juno, Estados Unidos, 2007)

137 - Juventude sem Arrependimento (Waga Seishun ni Kuinashi, Japão, 1946)

138 - Kill Bill: Volume 1 (Kill Bill: Vol. 1, Estados Unidos, 2003)

139 - Kill Bill: Volume 2 (Kill Bill: Vol. 2, Estados Unidos, 2004)

140 - Lacrimosa (Lacrimosa, Brasil, 1970)

141 - Ladrão de Casaca (To Catch a Thief, Estados Unidos, 1955)

142 - Ladrões de Cinema (Ladrões de Cinema, Brasil, 1977)

143 - Leviatã (Leviafan, Rússia, 2014)

144 - Libertador (Libertador, Venezuela | Espanha, 2013)

145 - Lira do Delírio, A (A Lira do Delírio, Brasil, 1978)

146 - Livre (Wild, Estados Unidos, 2014)

147 - Lobo atrás da Porta, O (O Lobo atrás da Porta, Brasil, 2013)

148 - Locke (Locke, Reino Unido | Estados Unidos, 2013)

149 - Lucia de B. (Lucia de B., Holanda | Suécia, 2014)

150 - Lucy (Lucy, França, 2014)

151 - Macunaíma (Macunaíma, Brasil, 1969)

152 - Magia ao Luar (Magic in the Moonlight, Estados Unidos | Reino Unido, 2014)


154 - Maldição do Demônio, A (La Maschera del Demonio, Itália, 1960)

155 - Manuscrito de Saragoça, O (Rekopis Znaleziony w Saragossie, Polônia, 1965)

156 - Mapas para as Estrelas (Maps to the Stars, Canadá | Alemanha | França | Estados Unidos, 2014)

157 - Mautner em Cuba (Mautner em Cuba, Brasil | Cuba, 2015)

158 - Médico e o Monstro, O (Dr. Jekyll and Mr. Hyde, Estados Unidos, 1931)

159 - Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch, Estados Unidos, 1969)

160 - Mocidade de Lincoln, A (Young Mr. Lincoln, Estados Unidos, 1939)

161 - Morro dos Ventos Uivantes, O (Wuthering Heights, Estados Unidos, 1939)

162 - Morta-Viva, A (I Walked with a Zombie, Estados Unidos, 1943)

163 - Morte não manda Recado, A (The Ballad of Cable Hogue, Estados Unidos, 1970)

164 - Mortos Caminham, Os (Merrill’s Marauders, Estados Unidos, 1962)

165 - Mulher do Dia, A (Woman of the Year, Estados Unidos, 1942)

166 - Mulher é uma Mulher, Uma (Une Femme est une Femme, França | Itália, 1961)

167 - Mulher faz o Homem, A (Mr. Smith Goes to Washington, Estados Unidos, 1939)

168 - Mulheres, As (The Women, Estados Unidos, 1939)

169 - Mundo é uma Cabeça, O (O Mundo é uma Cabeça, Brasil, 2004)

170 - Música de Gion, A (Gion Bayashi, Japão, 1953)

171 - Mutantes, Os (Os Mutantes, Brasil, 1970)

172 - Não Brinque com Fogo (Di Yi Lei Xing Wei Xian, Hong Kong, 1980)

173 - No Tempo das Diligências (Stagecoach, Estados Unidos, 1939)

174 - Noite do Espantalho, A (A Noite do Espantalho, Brasil, 1974)

175 - Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, Estados Unidos, 1977)

176 - Nos Domínios do Terror (Twice-Told Tales, Estados Unidos, 1963)

177 - Nova Dubai (Nova Dubai, Brasil, 2014)

178 - Nova Saga do Clã Taira, A (Shin Heike Monogatari, Japão, 1955)


180 - Olhos sem Rosto, Os (Les Yeux sans Visage, França | Itália, 1960)

181 - Operação Big Hero (Big Hero 6, Estados Unidos, 2014)

182 - Ouvir o Rio (Ouvir o Rio, Brasil, 2013)

183 - Pai e Filha (Banshun, Japão, 1949)

184 - Pântano, O (La Ciénaga, Argentina | França | Espanha | Japão, 2001)

185 - Para Sempre Alice (Still Alice, Estados Unidos | França, 2014)

186 - Paraíso Infernal, O (Only Angels Have Wings, Estados Unidos, 1939)

187 - Paris, Texas (Paris, Texas, Alemanha Ocidental | França | Reino Unido, 1984)

188 - Parque Soviético (Parque Soviético, Brasil, 2013)

189 - Passageiro - Profissão: Repórter, O (Professione: Reporter, Itália | Espanha | França, 1975)

190 - Pequeno Nicolau, O (Le Petit Nicolas, França | Bélgica, 2009)

191 - Performance (Performance, Reino Unido, 1970)

192 - Pickpocket - O Batedor de Carteiras (Pickpocket, França, 1959)

193 - Por quem os Sinos Dobram (For Whom the Bell Tolls, Estados Unidos, 1943)

194 - Portal do Inferno (Jigokumon, Japão, 1953)

195 - Porto de Santos, O (O Porto de Santos, Brasil, 1978)

196 - Priscilla, a Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert, Austrália | Reino Unido, 1994)

197 - Profecia, A (The Omen, Estados Unidos | Reino Unido, 1976)

198 - Profundo Desejo dos Deuses, O (Kamigami no Fukaki Yokubô, Japão, 1968)

199 - Proibido! (Verboten!, Estados Unidos, 1959)

200 - Pusher (Pusher, Dinamarca, 1996)

201 - Quadrophenia (Quadrophenia, Reino Unido, 1979)

202 - Quanto mais quente Melhor (Some Like it Hot, Estados Unidos, 1959)

203 - Queda da Casa de Usher, A (La Chute de la Maison Usher, França, 1928)

204 - Quimono Escarlate, O (The Crimson Kimono, Estados Unidos, 1959)

205 - Rocco e seus Irmãos (Rocco e i suoi Fratelli, Itália | França, 1960)

206 - Rota ABC (Rota ABC, Brasil, 1991)

207 - Rotina tem seu Encanto, A (Sanma no Aji, Japão, 1962)

208 - Samba (Samba, França, 2014)

209 - Sangue de Artista (Babes in Arms, Estados Unidos, 1939)


211 - Segredo dos seus Olhos, O (El Secreto de sus Ojos, Argentina | Espanha, 2009)

212 - Selma: Uma Luta pela Igualdade (Selma, Reino Unido | Estados Unidos, 2014)

213 - Selvagem da Motocicleta, O (Rumble Fish, Estados Unidos, 1983)

214 - Serra (Serra, Brasil, 2013)

215 - Sete Suspeitos, Os (Clue, Estados Unidos, 1985)

216 - Sexo, Drogas e Impostos (Spies & Glistrup, Dinamarca, 2013)

217 - Sniper Americano (American Sniper, Estados Unidos, 2014)

218 - Sob a Pele (Under the Skin, Reino Unido | Estados Unidos | Suíça, 2013)

219 - Sob Controle (Surveillance, Estados Unidos | Alemanha | Canadá, 2008)


221 - Solaris (Solyaris, União Soviética, 1972)

222 - Som Diferente, Um (Pump Up the Volume, Canadá | Estados Unidos, 1990)

223 - Sono de Inverno (Kis Uykusu, Turquia | França | Alemanha, 2014)

224 - Space Jam - O Jogo do Século (Space Jam, Estados Unidos, 1996)

225 - Suspiria (Suspiria, Itália, 1977)

226 - Tangerinas (Mandariinid, Estônia | Geórgia, 2013)

227 - Tarde Demais (The Heiress, Estados Unidos, 1949)


229 - Teoria de Tudo, A (The Theory of Everything, Reino Unido, 2014)

230 - Terra de Ninguém (Badlands, Estados Unidos, 1973)

231 - Tetsuo: O Homem de Ferro (Tetsuo, Japão, 1989)

232 - Tigre e a Gazela, O (O Tigre e a Gazela, Brasil, 1976)

233 - Tokyo-Ga (Tokyo-Ga, Estados Unidos | Alemanha Ocidental, 1985)

234 - Tomboy (Tomboy, França, 2011)

235 - Tommy (Tommy, Reino Unido, 1975)

236 - Trágica Obsessão (Obsession, Estados Unidos, 1976)

237 - Trash Humpers (Trash Humpers, Estados Unidos | Reino Unido | França, 2009)

238 - Três Mulheres (3 Women, Estados Unidos, 1977)

239 - Triunfo (Triunfo, Brasil, 2014)

240 - Ulime (Ulime, Cabo Verde, 2010)


242 - Último Metrô, O (Le Dernier Métro, França, 1980)

243 - Vampiro da Noite, O (Dracula, Reino Unido, 1958)

244 - Van Gogh (Van Gogh, França, 1991)

245 - Veludo Azul (Blue Velvet, Estados Unidos, 1986)


247 - Viagem à Lua (Le Voyage dans la Lune, França, 1902)

248 - Vida de Casado (Meshi, Japão, 1951)

249 - Vida de O’Haru, A (Saikaku Ichidai Onna, Japão, 1952)

250 - 21 Gramas (21 Grams, Estados Unidos, 2003)

251 - Virunga (Virunga, Reino Unido | Congo, 2014)

252 - Visitante, O (The Visitor, Estados Unidos, 2007)

253 - Vitória Amarga (Dark Victory, Estados Unidos, 1939)

254 - Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger, Estados Unidos | Espanha, 2010)

255 - Whiplash: Em Busca da Perfeição (Whiplash, Estados Unidos, 2014)

256 - You Rock My World (You Rock My World, Estados Unidos, 2001)

257 - Zombie - O Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, Itália | Estados Unidos, 1978)

* "My Man Godfrey" (1936) de Gregory La Cava - Universal Pictures [us]

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Joaquim Pedro de Andrade terá obra revisitada em Retrospectiva Integral no Cine Humberto Mauro | Rotina em Belo Horizonte

Já é uma tradição para cinéfilos e amantes dos bons filmes em Belo Horizonte aguardar ansiosamente a divulgação de mostras especiais dentro da programação anual do Cine Humberto Mauro. Desde algum tempo (e ano após ano) a Casa oferece ao público retrospectivas integrais dos principais cineastas da História do Cinema Mundial. Em 2014, por exemplo, Ingmar Bergman e Stanley Kubrick tiveram todas as suas obras reunidas em eventos especiais dedicados às suas respectivas carreiras. Ainda no ano passado, o próprio Humberto Mauro, grande pioneiro do Cinema Brasileiro, teve o seu maior número de títulos agrupados naquela que se tornou a mais completa mostra dedicada à sua carreira já realizada no Brasil.

E depois de ter homenageado o diretor que dá nome à importante sala de cinema do Palácio das Artes, o Cine Humberto Mauro agora dedica a sua programação a mais um grande cineasta brasileiro com a exibição da Mostra “Joaquim Pedro de Andrade - Integral”. Do dia 30 de julho ao dia 6 de agosto, o público da capital mineira poderá conferir a filmografia completa do diretor carioca, nome sempre respeitado no circuito nacional e internacional durante os pouco mais de 20 anos de uma breve e brilhante carreira. Serão apresentados, em formato de películas belissimamente restauradas, todos os seus 14 filmes, sendo seis longas e oito curtas-metragens. Além disso, será apresentado o documentário “Histórias Cruzadas” (2008), que aborda a obra de Joaquim Pedro do ponto de vista afetivo familiar e é dirigido por Alice de Andrade, filha do cineasta.

Um país com urgência de bradar tanto as suas conquistas quanto, principalmente, as suas mazelas. Foi esse o cenário encontrado por Joaquim Pedro de Andrade que, ao lado de cineastas como Glauber Rocha, Leon Hirszman e Rogério Sganzerla propunham discutir e problematizar a crueza da sociedade brasileira através da produção de seus filmes, sempre influenciados de maneia direta pela Nouvelle Vague Francesa e pelo Neorrealismo Italiano. Tais características acabaram transformando-os nos principais expoentes do movimento que ficou conhecido como Cinema Novo Brasileiro.

No caso de Joaquim Pedro de Andrade, a maioria das obras (tanto os documentários quanto as ficções) também buscava manter uma relação estreita com a literatura brasileira e com os seus principais representantes. A arte literária é, inclusive, uma das grandes responsáveis por criar os maiores mitos e lendas do imaginário popular, sendo que esses são capazes de discutirem e retomarem a própria linguagem cultural do país estabelecendo, ainda, bases extremamente fortes para a construção e a reconstrução de uma identidade nacional que não pode ser perdida jamais.

O cineasta carioca Joaquim Pedro de Andrade (1932 - 1988) - Divulgação

Em seus dois primeiros filmes, por exemplo, Joaquim Pedro de Andrade acompanha intimamente as rotinas de manhãs ordinárias vividas pelo poeta Manuel Bandeira e pelo sociólogo Gilberto Freyre em pequenos documentários de curta-metragem. “O Poeta do Castelo” e “O Mestre de Apipucos”, ambos de 1959, colocam os prodigiosos e quase quiméricos intelectuais como quaisquer um de nós e refletindo que, para construir e contribuir de forma direta com os anseios de nação, basta que mantenhamos vivos os nossos sonhos e os exercícios de nossas mentes, além de continuarmos fazendo o nosso próprio café da manhã, datilografarmos os nossos próprios trabalhos ou, simplesmente, andarmos de forma tranquila pelas ruas das cidades em que moramos.

A relação de Joaquim Pedro de Andrade com as artes, sobretudo com a literatura, foi estabelecida desde a sua infância. Ele era filho do jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco Andrade, primeiro diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual IPHAN) e que tinha, em seu ciclo convencional de amizades, os mais importantes pensadores e estudiosos brasileiros da época. O próprio Manuel Bandeira era, inclusive, grande amigo da família Andrade e padrinho de crisma do, até então, jovem e promissor diretor. Tal relação fez com que Joaquim Pedro se aproximasse dessas grandes obras que, futuramente, o fizeram adaptar as suas primeiras ficções. “O Padre e a Moça” (1966) é baseado em poema homônimo de Carlos Drummond de Andrade; e “Macunaíma” (1969) é a sua primorosa adaptação do não menos grandioso romance de Mário de Andrade, companheiro de seu pai e de Manuel Bandeira na idealização e inauguração da Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo.

“Macunaíma”, a versão cinematográfica do grande clássico modernista publicado originalmente em 1928 é, sem dúvida, o maior sucesso de crítica de Joaquim Pedro de Andrade e, talvez, a sua obra mais reconhecida popularmente. Nela, acompanhamos a trajetória de Macunaíma (Grande Otelo/Paulo José), o preguiçoso e traiçoeiro “herói sem nenhum caráter”, que nasce embrenhado na mata virgem como um menino negro. De preto retinto, virou branco; e depois de adulto abandona o sertão para viver na cidade grande junto com os seus dois irmãos. Conhecendo e amando prostitutas e guerrilheiras, Macunaíma termina enfrentando todos os tipos de “inimigos” na tentativa de reconquistar um antigo amuleto que ganhara. No seu caminho surgirão vilões insólitos, policiais (des)ordeiros e o excêntrico milionário Venceslau Pietro Pietra (Jardel Filho).

"Macunaíma" (1969) de Joaquim Pedro de Andrade - Condor Filmes [br] | Filmes do Serro [br] | Grupo Filmes [br]
Instituto Nacional de Cinema (INC) [br]

Com forte apelo social, “Macunaíma” estabelece uma sensível e direta relação com o público espectador do filme. Para torná-lo ainda mais acessível, Joaquim Pedro de Andrade roteiriza uma história bem-humorada conduzida por diálogos inteligentes e carregados de ironias preservadas da história original, além de recorrer a uma bela fotografia tomada por cores fortes e contornos sólidos, construindo visuais encantadores. Segundo o próprio cineasta dizia, “‘Macunaíma’ é um filme que encontra não só o Brasil, mas a América Latina em todos os sentidos” e, na busca natural por um legítimo herói nacional, um salvador da pátria, acabamos presenciando a conformada história de um homem comum sendo devorado pelo seu próprio país.

Joaquim Pedro de Andrade morreu muito jovem, com apenas 56 anos, deixando o ambicioso projeto de uma versão cinematográfica de “Casa-Grande & Senzala” de Gilberto Freyre restrita somente para a imaginação dos admiradores de seu trabalho. Entretanto, em sua trajetória de adaptações literárias, o diretor ainda pôde se utilizar dos escritos do poeta Tomás Antônio Gonzaga para contar a sua versão da conspiração separatista da elite social mineira em “Os Inconfidentes” (1972), longa-metragem que acabou se tornando o vencedor da primeira edição do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria de Melhor Filme, em 1973.

Contudo, os maiores reconhecimentos do trabalho de Joaquim Pedro de Andrade vieram com as conquistas do Troféu Candango de Melhor Filme no Festival de Brasília na sua 8a Edição, por “Guerra Conjugal” (1974), e na 14ª Edição, por “O Homem do Pau-Brasil” (1982); muito embora o seu já citado “O Padre e a Moça” (1966) tenha recebido uma indicação ao Leão de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Berlim; e “Macunaíma” (1969) tenha saído como o grande vitorioso no tradicional Festival de Mar del Plata, na Argentina, anos antes.

Ainda cabe destacar que o forte veio documentarista observado nos trabalhos de Joaquim Pedro de Andrade (principalmente em seus curtas de início de carreira) amadureceram e foram responsáveis por registrar belas e notórias preciosidades do nosso tradicional cinema documental, como e o caso dos anteriores “Garrincha - A Alegria do Povo” (1963), documento valoroso idealizado por Luiz Carlos Barreto e Armando Nogueira sobre um de nossos maiores jogadores de futebol; “Cinema Novo” (1967), produção alemã  dirigida por Joaquim Pedro sobre os seus colegas de movimento cinematográfico; e “Brasília, Contradições de uma Cidade Nova” (1968), sobre a recém-criada capital do país que, embora planejada, enfrentava sérios problemas, como a opressiva segregação social já em seus primeiros anos de vida.

"Garrincha - Alegria do Povo" (1963) de Joaquim Pedro de Andrade
Armando Nogueira Produções Cinematográficas [br] | Luiz Carlos Barreto Produções Cinematográficas [br]

Ressaltamos que todos os filmes citados no artigo, bem como os demais dirigidos por Joaquim Pedro de Andrade, estarão dentro do programa de exibição elaborado pela Gerência do Cine Humberto Mauro para essa próxima semana. E como atividade complementar, a Casa ainda oferece para o público o curso “O Poeta da Palavra e da Imagem” ministrado pelo pesquisador, crítico e comentarista de cinema Professor Ataídes Braga, do Centro Universitário UNA, de Belo Horizonte.

Oferecendo uma análise e uma leitura completa sobre a obra de Joaquim Pedro de Andrade e a sua fundamental importância para a História do Cinema Brasileiro, o curso terá carga horária total de cinco horas e acontecerá nos dias 4 e 5 de agosto, com início sempre às 14:00. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail: cursos.cinehumbertomauro@gmail.com

Maiores detalhes desta Mostra estão disponíveis no site da Fundação Clóvis Salgado (fcs.mg.gov.br) ou podem ser acessadas diretamente pelo link Mostra “Joaquim Pedro de Andrade - Integral”. Lembrando que a entrada é gratuita, mas é necessário retirar os ingressos na bilheteria do cinema meia hora antes de cada sessão. O Cine Humberto Mauro está localizado no Palácio das Artes, na Avenida Afonso Pena 1537, centro de Belo Horizonte.

BOAS SESSÕES, BOM APRENDIZADO E BOM DIVERTIMENTO!