segunda-feira, 31 de julho de 2017

Memórias #31 | Jeanne Moreau (1928 - 2017)

Dona de um dos olhares mais charmosos e estonteantes do cinema, Jeanne Moreau dizia que a tarefa de fazer filmes não era uma simples forma de ação ou interpretação, mas sim um legítimo modo de viver. Apaixonada pelo mundo das artes, a atriz francesa foi encontrada sem vida na manhã desta segunda-feira, dia 31, em sua residência em Paris; ela morreu aos 89 anos de causas naturais.

Moreau era uma estrela de calibre internacional. O simples fato de ter trabalhado com os maiores cineastas franceses de sua geração – e de ter sido uma das atrizes mais representativas do movimento da nouvelle vague – já a credenciava como uma figura notável, chamando a atenção e suplantando os limites da imaginação de vários diretores ao redor do mundo. Quando foi escalada para estrelar o clássico noir “Ascensor para o Cadafalso” (1958) seguido do romântico “Amantes” (1958), ambos de Louis Malle, Jeanne Moreau já era considerada uma célebre atriz de teatro que atingira o auge da carreira com apenas 30 anos de idade.

Pouco tempo depois, Jeanne Moreau já somava parcerias e trabalhos significativos com Michelangelo Antonioni (“A Noite”, de 1961), Joseph Losey (“Eva”, de 1962), Orson Welles (“O Processo” de 1962), Luis Buñuel (“O Diário de uma Camareira” de 1964) e John Frankenheimer (“O Trem” de 1964), por exemplo. Na década seguinte, a atriz também deixava a sua contribuição e a sua marca no cinema brasileiro ao protagonizar “Joanna Francesa” (1973), longa dirigido por Carlos Diegues que registra o espírito aventureiro de Joanna, dona de um prostíbulo na São Paulo dos anos 30 que acaba abandonando os negócios para se encontrar com Coronel Aureliano (interpretado por Carlos Koeber), um cliente que morria de amores por ela e que mantinha um engenho de açúcar no interior das Alagoas.

Jeanne Moreau (1928 - 2017) em "Joanna Francesa" (1973) de Carlos Diegues - Zoom Cinematográfica [br]

Ao longo de seus pouco mais de 65 anos de carreira, Jeanne Moreau trabalhou com outros diretores internacionalmente consagrados como Elia Kazan, Rainer Werner Fassbinder, Theodoros Angelopoulos, Wim Wenders e Manoel de Oliveira. Entretanto, é a sua contribuição para o cinema francês que merece um extenso capítulo à parte, especialmente por suas memoráveis conquistas. Já em 1958, Jeanne conquistava o prêmio de melhor atriz do Festival de Veneza por “Amantes”. Dois anos mais tarde, ela viria a ser premiada em Cannes por seu papel em “Duas Almas em Suplício” (1960), onde contracenava com Jean-Paul Belmondo. Jeanne Moreau ainda presidiu o júri do festival francês em 1975 e 1995, sendo até hoje a única mulher a coordenar esse trabalho por mais de uma vez, além de ser a única personalidade desde 1960 a ocupar esse posto em duas oportunidades.

Em 2009, Jeanne Moreau foi uma das principais homenageadas do Festival de Cinema do Rio. Na ocasião, a atriz concedeu uma entrevista insigne na qual dizia que era impossível impedir que seus fãs a chamassem de “diva”. Para ela, outras alcunhas como “musa” ou até mesmo “lenda viva” não poderiam influenciar na sua carreira e – muito menos – na sua rotina particular; o importante era conviver com isso da forma mais natural possível, sem sequer saber se era uma verdadeira merecedora de tudo isso. A beleza arrebatadora de sua Catherine em “Jules e Jim - Uma Mulher para Dois” (1962) é exemplo claro e prova cabal de que todos os elogios fazem jus à sua inesquecível carreira. Tal qual Oskar Werner e Henri Serre na obra de arte de François Truffaut, ficaremos sempre desconcertados e encantados por Jeanne Moreau, um dos rostos mais apaixonantes do Cinema!

Que agora descanse em paz... (1928 - 2017)

Dez filmes com Jeanne Moreau que indico (em ordem de predileção):

01 - Ascensor para o Cadafalso (Ascenseur pour L’échafaud, França, 1958) - de Louis Malle

02 - Trinta Anos Esta Noite (Le Feu Follet, França, 1963) - de Louis Malle

03 - A Noiva Estava de Preto (La Mariée Était en Noir, França | Itália, 1968) - de François Truffaut

04 - A Noite (La Notte, Itália | França, 1961) - de Michelangelo Antonioni

05 - Joanna Francesa (Joanna Francesa, Brasil | França, 1973) - de Carlos Diegues

06 - Querelle (Querelle, Alemanha Ocidental | França, 1982) - de Rainer Werner Fassbinder

07 - A Baía dos Anjos (La Baie des Anges, França, 1963) - de Jacques Demy

08 - Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (Jules et Jim, França, 1962) - de François Truffaut

09 - O Processo (Le Procès, França | Alemanha Ocidental | Itália, 1962) - de Orson Welles

10 - Ligações Amorosas (Les Liaisons Dangereuses, França | Itália, 1959) - de Roger Vadim

Jeanne Moreau com Henri Serre e Oskar Werner em "Jules e Jim - Uma Mulher para Dois" (1962) de François Truffaut
Les Films du Carrosse [fr] | Sédif Productions [fr]

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Memórias #30 | Martin Landau (1928 - 2017)

Martin Landau tinha orgulho do que fazia. Por muitas vezes, em discursos inflamados e adequados à redundância, afirmava – sem falsas modéstias – que o que fazia e o que sempre fez de melhor na vida fora atuar. Nascido no Brooklyn, o polivalente ator faleceu na madrugada do último sábado, aos 89 anos, em Los Angeles, cidade acolhedora de todo o seu talento.

Vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 1995 por “Ed Wood” (1994) de Tim Burton, Martin Landau ainda dizia que se sentia muito confortável em representar papéis situados abaixo das linhas do protagonismo, pois considerava uma área propícia para um verdadeiro artista demonstrar toda a sua versatilidade. Não é à toa que o seu nome está creditado em mais de 170 produções feitas para o cinema e para a televisão ao longo de quase 65 anos de carreira. Landau foi figura carimbada em uma série de sucessos da TV estadunidense como “Maverick”, “Bonanza”, “Os Intocáveis”, “Além da Imaginação” e “Missão: Impossível” (série que rendeu o primeiro de seus três Globos de Ouro em 1968); além de interpretar por duas temporadas o Comandante John Koenig em “Space: 1999”, até hoje um dos maiores sucessos da televisão britânica.

Um ponto fraco frente à essa dezena de participações é o fato de que, invariavelmente, atores que marcam presença em muitos projetos erram mais do que acertam na escolha dos seus papéis e acabam construindo um currículo extremamente irregular ao longo dos anos. Por outro lado, quando assumem com propriedade algum personagem icônico, artistas com essas características acabam deixando registrados na memória afetiva do espectador o valoroso esforço de uma incomum e genuína dedicação ao trabalho.

Retornando ao filme de Burton, cabe ressaltar que Martin Landau entrega para o público e para a crítica o papel de sua vida. Encarnando Bela Lugosi, um dos maiores nomes do cinema clássico de terror, o ator nos convence como um astro decadente que oferece, através de seus dramas e crises existenciais, uma sustentação perfeita aos infortúnios de Ed Wood, cineasta vivido por Johnny Depp no longa.

Martin Landau (1928 - 2017) em "Ed Wood" (1994) de Tim Burton - Touchstone Pictures [us]

Antes de vencer o Oscar por “Ed Wood”, Martin Landau havia sido indicado em outras duas oportunidades pela Academia, ambas também na categoria de Ator Coadjuvante: uma em 1989 por “Tucker: Um Homem e seu Sonho” (1988) de Francis Ford Coppola; e a outra em 1990 por “Crimes e Pecados” (1989) de Woody Allen. Neste último, uma deliciosa comédia dramática, Landau interpreta outro personagem marcante de sua carreira: o oftalmologista nova iorquino Judah Rosenthal que, recoberto por uma camada de falso moralismo, se encontra em uma saia justa ao perceber que a amante está prestes a revelar os detalhes do caso extraconjugal para sua esposa. Diante desse intercorrente dilema pecaminoso, este homem se lança em uma jornada de culpa e de dor que ultrapassa os limites do certo e do errado e que é moldada por um caráter que, aparentemente, não definia a sua real personalidade.

Fora do campo ficcional, o dilema de ser ou não ser um protagonista nunca esteve na alçada imediatista da carreira de Martin Landau, nunca sobrando espaço para arrependimentos. Para ele, o sucesso só viria com muito trabalho onde, como artista, iria sempre procurando manter o espírito aventureiro e o campo de visão o mais amplo possível diante das oportunidades que lhe eram oferecidas. A sua ambição em atuar vinha sempre em primeiro lugar, desde quando trabalhava como cartunista do periódico The New York Daily News em meados dos anos 40. Não demorou muito para que as primeiras investidas no campo da dramaturgia começassem a dar frutos, fazendo com que Landau estreasse nos palcos com a peça “Detective Story” em 1951 e ainda recebesse um convite para estrelar, neste mesmo ano, “First Love”, a sua primeira Off-Broadway como ator.

O salto do teatro para a televisão veio com uma participação pequena em um episódio do seriado “The Goldbergs” em 1953. Anos mais tarde, Landau veio a fazer a sua gabaritada estreia nas telas de cinema interpretando o vilão Leonard no clássico “Intriga Internacional” (1959) do mestre Alfred Hitchcock. De lá para cá o ator nunca parou de trabalhar; e em meio a personagens inesquecíveis e outras tantas produções de menor expressão, podemos afirmar que Martin Landau conduziu muito bem o protagonismo de sua própria vida!

Que agora descanse em paz... (1928 - 2017)

Dez filmes com Martin Landau que indico (em ordem de predileção):

01 - Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors, Estados Unidos, 1989) - de Woody Allen

02 - Intriga Internacional (North by Northwest, Estados Unidos, 1959) - de Alfred Hitchcock

03 - Ed Wood (Ed Wood, Estados Unidos, 1994) - de Tim Burton

04 - Tucker: Um Homem e seu Sonho (Tucker: The Man and His Dream, Estados Unidos, 1988) - de Francis Ford Coppola

05 - O Justiceiro Negro (Black Gunn, Reino Unido | Estados Unidos, 1972) - de Robert Hartford-Davis

06 - Nevada Smith (Nevada Smith, Estados Unidos, 1966) - de Henry Hathaway

07 - Noite sem Fim (They Call me Mister Tibbs!, Estados Unidos, 1970) - de Gordon Douglas

08 - Cine Majestic (The Majestic, Estados Unidos, 2001) - de Frank Darabont

09 - Noite de Pânico (Alone in the Dark, Estados Unidos, 1982) - de Jack Sholder

10 - Uma Cidade Chamada Bastardo (A Town Called Bastard, Reino Unido | Espanha, 1971) - de Robert Parrish

Martin Landau e Woody Allen em "Crimes and Misdemeanors" (1989) de Woody Allen
Jack Rollins & Charles H. Joffe Productions [us]

Memórias #29 | George A. Romero (1940 - 2017)

George A. Romero morreu ao lado da esposa e da filha enquanto escutava a apoteótica e magnética trilha sonora de “Depois do Vendaval” (1952) de John Ford, um de seus filmes favoritos. Com um contorno etéreo e lisonjeiro, a notícia veiculada ontem pela mídia internacional pegou muitos de seus fãs de surpresa. O diretor, produtor e roteirista nova iorquino faleceu aos 77 anos depois de enfrentar uma difícil batalha contra o câncer de pulmão.

Carismática, a figura de Romero era uma das mais icônicas do cinema contemporâneo; e o cenário sublime de sua partida nos ajuda a redescobrir a personalidade de um verdadeiro apaixonado pela sétima arte. Importante realizador dos clássicos modernos do gênero de terror, Romero foi o maior responsável por definir os parâmetros elementares dos filmes de zumbis e que ainda vemos nos formatos mais atuais. Dos dezesseis longas-metragens que dirigiu, em pelo menos metade deles essas criaturas vêm como matéria central; todas encaixadas dentro de uma temática mítica que continuará influenciando gerações e gerações de cineastas aficionados pela ameaça e pelo horror de cadáveres catatônicos devoradores de cérebros.

Tendo como principal característica o baixo orçamento, os filmes do início da carreira de George A. Romero eram compassados por um trabalho quase operário, o que acabou imprimindo à sua assinatura uma marca poderosa em obras que são cultuadas no mundo inteiro. “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968) – seu primeiro longa – teve um investimento próximo a 100 mil dólares e arrecadou cerca de 30 milhões; um fenômeno cinematográfico extraordinário que acabou se tornando o marco fundamental para a recriação do gênero.

O cineasta George A. Romero (1940 - 2017) - Rex 1985 [us] | Laurel Entertainment Inc. [us]
Dead Films Inc. [us] | Laurel-Day Inc. [us]

A ideia original de corpos sem vida que perambulavam estranhamente pelas ruas das cidades de forma inabitual e instintiva permitia que Romero começasse a brincar de forma certeira com algumas das situações que afligiam a sociedade estadunidense no fim dos anos 60 e por toda a década de 70. Em “O Exército do Extermínio” (1973), por exemplo, a grande ameaça é um vírus que assola uma pequena cidade do interior da Pensilvânia após o acidente com um avião que transportava uma poderosa arma biológica e que acaba contaminando a reserva de água local. A doença é implacável, causando a insanidade permanente ou a morte das pessoas contaminadas. Tão obstinada e tenaz quanto a epidemia era a truculência das forças militares, que instauraram estado de quarentena na cidade e agiram com desmedida violência para exterminar essa praga.

Na época, maior que o medo do bioterrorismo ou da extinção da espécie humana através de uma guerra química sem precedentes era – talvez e somente –   o chamado “sonho americano”, um conceito cada vez mais enraizado na cultura ocidental extremamente refém e dependente do modo capitalista de produção. Em “Zombie - O Despertar dos Mortos” (1978) – considerado por muitos a sua obra-prima – Romero transparece com enlevo e um tom sarcástico bem dosados a crítica mais contundente a esse modelo social, personificando em um shopping lotado de criaturas bestiais e sem personalidade que percorrem a esmo os corredores desse “templo” o maior símbolo de uma nação doente. Tal qual a contaminação promovida pelos zumbis, o consumismo (não só) aqui pode ser entendido como uma patogenia gravíssima.

De certa forma, o capital continua a comandar as ações no globo e, desde que voltou a trabalhar com seus mortos-vivos, Romero se tornou mais um dos reféns desta prosopopeia econômica. Seus três últimos filmes – “Terra dos Mortos” (2005); “Diário dos Mortos” (2007); e “A Ilha dos Mortos” (2009) – estão mais alinhados aos formatos de produções hollywoodianos, o que o afastou de forma definitiva das produções baratas e absurdamente lucrativas. Entretanto, o legado de George A. Romero foi construído ao longo dessas últimas décadas e, talvez, sem as suas obras seríamos seres ainda mais desprovidos de integridade e de vontades próprias. Só temos a agradecer!

Esperamos a sua volta, Romero! Enquanto isso, tente descansar... (1940 - 2017)

Dez filmes dirigidos por George A. Romero que indico (em ordem de predileção):

01 - Zombie - O Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, Estados Unidos, 1978)

02 - A Noite dos Mortos-Vivos (Night of the Living Dead, Estados Unidos, 1968)

03 - Instinto Fatal (Monkey Shines, Estados Unidos, 1988)

04 - A Metade Negra (The Dark Half, Estados Unidos, 1993)

05 - Dois Olhos Satânicos (Due Occhi Diabolici, Itália | Estados Unidos, 1990)

06 - O Exército do Extermínio (The Crazies, Estados Unidos, 1973)

07 - A Estação da Bruxa (Hungry Wives, Estados Unidos, 1972)

08 - Martin (Martin, Estados Unidos, 1978)

09 - Creepshow: Show de Horrores (Creepshow, Estados Unidos, 1982)

10 - Cavaleiros de Aço (Knightriders, Estados Unidos, 1981)

"Dawn of the Dead" (1978) de George A. Romero - Dawn Associates [us] | Laurel Group [us]

sábado, 1 de julho de 2017

Vistos e Revistos em 2017 #junho

Junho e julho serão meses peculiares por aqui... O blog, que já sofre de uma quarentena mais do que estendida, ganhou uma companhia especial no meio do mês que acabou de acabar: o seu próprio editor!

Uma cirurgia que fiz no tornozelo no último dia 19 me tirará da ação por um tempo razoável; mas nada que me deixe desconfortável ou irritado, por duas valorosas razões: terei um tempo para tentar escrever alguma coisa nova por aqui (coisa que não faço há bastante tempo); e, claro, conseguirei assistir a muito mais filmes no conforto do meu sofá!

Até o momento, só executei a segunda tarefa; por sinal, muito bem executada. Em junho foram 39 títulos conferidos, ampliando ainda mais a nossa vantagem e permanecendo acima do limite satisfatório para cumprir o objetivo traçado para o final do ano: assistir a pelo menos um filme por dia!

Ainda espero voltar em julho com alguma publicação diferente da já tradicional lista mensal de trabalhos apreciados durante o ano. Mas enquanto a minha animação, criatividade e paciência não afloram, fiquem com a lista dos 213 filmes vistos ou revistos no em 2017 até agora:

001 - A Qualquer Custo (Hell or High Water, Estados Unidos, 2016)

002 - À Sombra de uma Mulher (L’Ombre des Femmes, França | Suíça, 2015)

003 - Absolutamente Certo (Absolutamente Certo, Brasil, 1957)

004 - Agente Muito Louca, Uma (RAID Dingue, França | Bélgica, 2016)

005 - Agonia de Amor (The Paradine Case, Estados Unidos, 1947)

006 - Alemanha, Ano Zero (Germania Anno Zero, Itália | França | Alemanha, 1948)

007 - Andrei Rublev (Andrey Rublyov, União Soviética, 1966)

008 - Animais Noturnos (Nocturnal Animals, Estados Unidos, 2016)

009 - Apart Horta (Apart Horta, Brasil, 2015)

010 - Apartamento, O (Forushande, Irã | França, 2016)

011 - Appaloosa - Uma Cidade sem Lei (Appaloosa, Estados Unidos, 2008)

012 - Aquele que Sabe Viver (Il Sorpasso, Itália, 1962)

013 - Arizona Dream: Um Sonho Americano (Arizona Dream, Estados Unidos | França, 1993)

014 - Às Cinco da Tarde (Panj é Asr, Irã | França, 2003)

015 - Asas (Krylya, União Soviética, 1966)

016 - Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin, Alemanha Ocidental | França, 1987)

017 - Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, O (The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford, Estados Unidos | Canadá | Reino Unido, 2007)

018 - Assassinos, Os (Ubiytsy, União Soviética, 1956)

019 - Assim que Abro meus Olhos (À Peine J’ouvre les Yeux, Tunísia | França | Bélgica | Emirados Árabes Unidos, 2015)

020 - Até o Último Homem (Hacksaw Ridge, Austrália | Estados Unidos, 2016)

021 - Baile dos Bombeiros, O (Horí, má Panenko, Checoslováquia | Itália, 1967)

022 - Banco Imobiliário (Banco Imobiliário, Brasil, 2016)

023 - Bang Bang (Bang Bang, Brasil, 1971)

024 - Batismo, O (Chrzest, Polônia, 2010)

025 - Beijos de Emergência (Les Baisers de Secours, França, 1989)

026 - Belíssima (Bellissima, Itália, 1951)

027 - Belos Dias de Aranjuez, Os (Les Beaux Jours d’Aranjuez, França | Alemanha | Portugal, 2016)

028 - Boneca de Cera, A (Vaxdockan, Suécia, 1962)

029 - Boxeador e a Morte, O (Boxer a Smrt, Checoslováquia, 1963)

030 - Café da Manhã em Plutão (Breakfast on Pluto, Irlanda | Reino Unido, 2005)

031 - Cangaceiro, O (O Cangaceiro, Brasil, 1953)

032 - Capacetes Brancos, Os (The White Helmets, Reino Unido, 2016)

033 - Capitão Fantástico (Captain Fantastic, Estados Unidos, 2016)

034 - Casamento de Muriel, O (Muriel’s Wedding, Austrália | França, 1994)

035 - Cavalo Dinheiro (Cavalo Dinheiro, Portugal, 2014)

036 - Cavalos de Fogo, Os (Tini Zabutykh Predkiv, União Soviética, 1965)

037 - Chuvas de Verão (Chuvas de Verão, Brasil, 1978)

038 - Cidadão Ilustre, O (El Ciudadano Ilustre, Argentina | Espanha, 2016)

039 - Cidade Onde Envelheço, A (A Cidade Onde Envelheço, Brasil | Portugal, 2016)

040 - Club Sandwich (Club Sándwich, México | França, 2013)

041 - Comunidade, A (Kollektivet, Dinamarca | Suécia | Holanda, 2016)

042 - Cor da Romã, A (Sayat Nova, União Soviética | Armênia, 1969)

043 - Corpo Devasso (Corpo Devasso, Brasil, 1980)

044 - Criada, A (Ah-ga-ssi, Coreia do Sul, 2016)

045 - Curumim (Curumim, Brasil, 2016)

046 - De Punhos Cerrados (I Pugni in Tasca, Itália, 1965)

047 - De sua Janela à Minha (De tu Ventana a la Mía, Espanha, 2011)

048 - 13ª Emenda, A (13th, Estados Unidos, 2016)

049 - Deixa Ela Entrar (Låt den Rätte Komma In, Suécia, 2008)

050 - Diabo a Quatro, O (Duck Soup, Estados Unidos, 1933)

051 - Dirigido por Andrei Tarkovsky (Regi Andrej Tarkovskij, Suécia, 1988)

052 - Dona Flor e seus Dois Maridos (Dona Flor e seus Dois Maridos, Brasil, 1976)

053 - Eles só usam Black-Tie (Necktie Youth, África do Sul | Holanda, 2015)

054 - Era o Hotel Cambridge (Era o Hotel Cambridge, Brasil | França | Espanha, 2016)

055 - Essa Gostosa Brincadeira a Dois (Essa Gostosa Brincadeira a Dois, Brasil, 1974)

056 - Estranho Caso de Ezequiel, O (O Estranho Caso de Ezequiel, Brasil, 2016)

057 - Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures, Estados Unidos, 2016)

058 - Eu, Vovó, Iliko e Illarion (Me, Bebia, Iliko da Ilarioni, União Soviética, 1962)

059 - Extremis (Extremis, Estados Unidos, 2016)

060 - Festa e os Convidados, A (O Slavnosti a Hostech, Checoslováquia, 1966)

061 - Florence: Quem é Essa Mulher? (Florence Foster Jenkins, Reino Unido, 2016)

062 - Fogo no Mar (Fuocoammare, Itália | França, 2016)

063 - Frantz (Frantz, França | Alemanha, 2016)

064 - Gaiola das Loucas, A (La Cage aux Folles, França | Itália, 1978)

065 - Giselle (Giselle, Brasil, 1980)

066 - Gladiadores - O Jogo da Paz (Gladiatorerna, Suécia, 1969)

067 - Gomorra (Gomorra, Itália, 2008)

068 - Grande Aventura, A (Det Stora Äventyret, Suécia, 1953)

069 - Grande Feira, A (A Grande Feira, Brasil, 1961)

070 - Grande Testemunha, A (Au Hasard Balthazar, França | Suécia, 1966)

071 - Grão, O (O Grão, Brasil, 2007)

072 - Grave (Grave, Itália | França | Bélgica, 2016)

073 - Grito, O (Il Grido, Itália | Estados Unidos, 1957)

074 - Guerra do Paraguay (Guerra do Paraguay, Brasil, 2016)

075 - Hannah Arendt - Ideias que Chocaram o Mundo (Hannah Arendt, Alemanha | Luxemburgo | França | Israel, 2012)

076 - Harakiri (Seppuku, Japão, 1962)

077 - Hoje não Haverá Saída Livre (Segodnya Uvolneniya ne Budet, União Soviética, 1959)

078 - Hora do Lobo, A (Vargtimmen, Suécia, 1968)

079 - Ilha no Centro do Mundo, A (A Ilha no Centro do Mundo, Brasil, 2016)

080 - Ilhas (Octpob, União Soviética, 1987)

081 - Inconfidentes, Os (Os Inconfidentes, Brasil | Itália, 1972)

082 - Indomado, O (Hud, Estados Unidos, 1963)

083 - Infância de Ivan, A (Ivanovo Detstvo, União Soviética, 1962)

084 - Intervalo (Intervalo, Brasil, 2016)

085 - Invasor, O (O Invasor, Brasil, 2001)

086 - Já Visto, Jamais Visto (Já Visto, Jamais Visto, Brasil, 2014)

087 - Jackie (Jackie, Chile | França | Estados Unidos, 2016)

088 - Joaquim (Joaquim, Brasil | Portugal, 2017)

089 - Joelho de Claire, O (Le Genou de Claire, França, 1970)

090 - Jogo da Guerra, O (The War Game, Reino Unido, 1965)

091 - Johan (Johan, França, 1976)

092 - John From (John From, Portugal | França, 2015)

093 - Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso que Dança (Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso que Dança, Brasil, 2016)

094 - Julieta dos Espíritos (Giulietta Degli Spiriti, Itália | França, 1965)

095 - Kátia (Kátia, Brasil, 2012)

096 - Kes (Kes, Reino Unido, 1969)

097 - La La Land: Cantando Estações (La La Land, Estados Unidos, 2016)

098 - Ladrões de Bicicleta (Ladri di Biciclette, Itália, 1948)

099 - Lagosta, O (The Lobster, Grécia | Irlanda | Holanda | Reino Unido | França, 2015)

100 - Lamento, O (Goksung, Coreia do Sul | Estados Unidos, 2016)

101 - Lemonade Joe (Limonádový Joe aneb Konská Opera, Checoslováquia, 1964)

102 - Life, Animated (Life, Animated, Estados Unidos, 2016)

103 - Lilian M.: Relatório Confidencial (Lilian M.: Relatório Confidencial, Brasil, 1975)

104 - Limite Entre Nós, Um (Fences, Estados Unidos, 2016)

105 - Línguas Desatadas (Tongues Untied, Estados Unidos, 1989)

106 - Lion: Uma Jornada para Casa (Lion, Austrália | Estados Unidos | Reino Unido, 2016)


108 - Louca Paixão (Turks Fruit, Holanda, 1973)

109 - Loving (Loving, Reino Unido | Estados Unidos, 2016)

110 - Lua em Sagitário (Lua em Sagitário, Argentina | Brasil, 2016)

111 - Mãe Índia (Honrarás tua Mãe) (Mother India, Índia, 1957)

112 - Mamma Roma (Mamma Roma, Itália, 1962)

113 - Manchester à Beira-Mar (Manchester by the Sea, Estados Unidos, 2016)

114 - Mar de Rosas (Mar de Rosas, Brasil, 1978)

115 - Marcelo Zona Sul (Marcelo Zona Sul, Brasil, 1970)

116 - Maridinho de Luxo (Maridinho de Luxo, Brasil, 1938)

117 - Matar ou Correr (Matar ou Correr, Brasil, 1954)

118 - Meia Hora e as Manchetes que Viram Manchete (Meia Hora e as Manchetes que Viram Manchete, Brasil, 2014)

119 - Melancolia de Moscow (Moskovskaya Elegiya, União Soviética, 1987)

120 - Menino na Ponte, O (To Agóri sti Géfyra, Chipre, 2016)

121 - Meu Nome é Tonho (Meu Nome é Tonho, Brasil, 1969)

122 - Meu País (Meu País, Brasil, 2011)

123 - Moonlight: Sob a Luz do Luar (Moonlight, Estados Unidos, 2016)

124 - Muito Prazer (Muito Prazer, Brasil, 1979)

125 - Mulher (Mulher, Brasil, 1931)

126 - Mulher à Tarde (Mulher à Tarde, Brasil, 2009)

127 - Mulheres do Século 20 (20th Century Women, Estados Unidos, 2016)

128 - Mundo dos Pequeninos, O (Kari-gurashi no Arietti, Japão, 2010)

129 - Mundo é o Culpado, O (Outrage, Estados Unidos, 1950)

130 - Mundo Fabuloso de Billy Liar, O (Billy Liar, Reino Unido, 1963)

131 - Na Ventania (Risttuules, Estônia, 2014)

132 - Nascidas em Chamas (Born in Flames, Estados Unidos, 1983)

133 - No Vermelho (No Vermelho, Brasil, 2016)

134 - Noivo da Girafa, O (O Noivo da Girafa, Brasil, 1958)

135 - Nós Somos as Melhores! (Vi är Bäst!, Suécia | Dinamarca, 2013)

136 - Nostalgia (Nostalghia, Itália | União Soviética, 1983)

137 - O. J.: Made in America (O. J.: Made in America, Estados Unidos, 2016)

138 - Ódio (Ódio, Brasil, 1977)

139 - Okja (Okja, Coreia do Sul | Estados Unidos, 2017)

140 - Ontem, Hoje e Amanhã (Ieri, Oggi, Domani, Itália | França, 1963)

141 - Ornitólogo, O (O Ornitólogo, Portugal | França | Brasil, 2016)

142 - Paisagem na Neblina (Topio Stin Omichli, Grécia | França | Itália, 1988)

143 - Paixão na Praia (Paixão na Praia, Brasil, 1971)

144 - Pânico (Panika, Eslovênia, 2013)

145 - Paris is Burning (Paris is Burning, Estados Unidos, 1990)

146 - Pássaros, Órfãos e Tolos (Vtáckovia, Siroty a Blázni, Checoslováquia | França, 1969)

147 - Pat Garrett e Billy the Kid (Pat Garrett & Billy the Kid, Estados Unidos, 1973)

148 - Pedra Filosofal, A (Parash Pathar, Índia, 1958)

149 - Pequena Loja da Rua Principal, A (Obchod na Korze, Checoslováquia, 1965)

150 - Pequenas Margaridas, As (Sedmikrásky, Checoslováquia, 1966)

151 - Periscópio (Periscópio, Brasil, 2013)

152 - Personal Shopper (Personal Shopper, França | Alemanha, 2016)

153 - Piper: Descobrindo o Mundo (Piper, Estados Unidos, 2016)

154 - Pistoleiros do Entardecer (Ride the High Country, Estados Unidos, 1962)

155 - Pomba Branca, A (Holubice, Checoslováquia, 1960)

156 - Potências de J (Potências de J, Brasil, 2016)

157 - Prece, A (Vedreba, União Soviética, 1967)

158 - Precisamos Falar do Assédio (Precisamos Falar do Assédio, Brasil, 2016)

159 - Predestinado, O (Predestination, Austrália, 2014)

160 - Primo, Prima (Cousin Cousine, França, 1975)

161 - Profeta da Fome, O (O Profeta da Fome, Brasil, 1970)

162 - Profissão Voyeur (Profissão Voyeur, Brasil, 2016)

163 - Promessas (Zavet, Sérvia | França, 2007)

164 - Pureza Proibida (Pureza Proibida, Brasil, 1974)

165 - Quem quer matar Jessie? (Kdo Chce Zabít Jessii?, Checoslováquia, 1966)

166 - Rapazes da Banda, Os (The Boys in the Band, Estados Unidos, 1970)

167 - Respiro (Respiro, Itália | França, 2002)

168 - Ridículo, O (O Ridículo, Brasil, 2016)

169 - Rio Grande (Rio Grande, Estados Unidos, 1950)

170 - Rio 40 Graus (Rio 40 Graus, Brasil, 1955)

171 - Rio Zona Norte (Rio Zona Norte, Brasil, 1957)

172 - Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One, Estados Unidos | Reino Unido, 2016)

173 - Rolo Compressor e o Violinista, O (Katok i Skripka, União Soviética, 1961)

174 - Sabor da Vida (An, Japão | França | Alemanha, 2015)

175 - Sabrina (Sabrina, Estados Unidos, 1954)

176 - Saci, O (O Saci, Brasil, 1951)

177 - Sacrifício, O (Offret, Suécia | Reino Unido | França, 1986)

178 - Sala de Música, A (Jalsaghar, Índia, 1958)

179 - São Paulo em Hi-Fi (São Paulo em Hi-Fi, Brasil, 2013)

180 - Satyricon de Fellini (Fellini Satyricon, Itália, 1969)

181 - Seguir as Plantas (Seguir as Plantas, Brasil, 2016)

182 - Senhorita Júlia (Fröken Julie, Suécia, 1951)

183 - Sequestro, O (O Sequestro, Brasil, 1981)

184 - Sieranevada (Sieranevada, Romênia | França | Bósnia e Herzegovina | Croácia | República da Macedônia, 2016)

185 - Silêncios do Palácio, Os (Samt el Qusur, Tunísia | França, 1994)

186 - Sing (Mindenki, Hungria, 2016)

187 - Stromboli (Stromboli, Itália | Estados Unidos, 1950)

188 - Sua Única Saída (Pursued, Estados Unidos, 1947)

189 - Sudoeste (Sudoeste, Brasil, 2012)

190 - Super Nada (Super Nada, Brasil | México, 2012)

191 - Tanna (Tanna, Austrália | Vanuatu, 2015)

192 - Tempo de Viagem (Tempo di Viaggio, Itália, 1983)

193 - Teorema (Teorema, Itália, 1968)

194 - Terra de Minas (Under Sandet, Dinamarca | Alemanha, 2015)

195 - Tigres na Cidade (Tigre v Meste, Eslováquia | República Checa, 2012)

196 - Titanic (Titanic, Estados Unidos, 1997)

197 - Toni Erdmann (Toni Erdmann, Alemanha | Áustria | Suíça | Romênia, 2016)

198 - Trens Estreitamente Vigiados (Ostre Sledované Vlaky, Checoslováquia, 1966)

199 - U: Réquiem para uma Cidade em Ruínas (U: Réquiem para uma Cidade em Ruínas, Brasil, 2016)

200 - Última Terra, A (La Última Tierra, Paraguai | Holanda | Chile | Catar, 2016)

201 - Vacilão, O (O Vacilão, Brasil, 2016)

202 - Velas Escarlates (Alye Parusa, União Soviética, 1961)

203 - Velvet Goldmine (Velvet Goldmine, Reino Unido | Estados Unidos, 1998)

204 - Vera Cruz (Vera Cruz, Estados Unidos | México, 1954)

205 - Verão Violento (Estate Violenta, Itália | França, 1959)

206 - Vertigem das Formigas, A (A Vertigem das Formigas, Brasil, 2016)

207 - Viagem de Carol, A (El Viaje de Carol, Espanha | Portugal, 2002)

208 - Vida após a Vida, A (Zhi Fan Ye Mao, China, 2016)

209 - Vida Cigana (Dom za Vesanje, Reino Unido | Itália | Iugoslávia, 1988)

210 - Vingador Silencioso, O (Il Grande Silenzio, Itália | França, 1968)

211 - Vingança Está na Moda, A (The Dressmaker, Austrália, 2015)

212 - 24 Horas de Sonho (24 Horas de Sonho, Brasil, 1941)

213 - Viy, o Espírito do Mal (Viy, União Soviética, 1967)

* "Dolgie Provody" (1971) de Kira Muratova - Odessa Film Studios [suhh]