sexta-feira, 24 de abril de 2015

Três Assim #2 | Os 75 anos de Al Pacino

Figura representativa de produções da época mais decorosa de Hollywood e vencedor do Oscar de Melhor Ator por “Perfume de Mulher” (1992), Al Pacino, uma das maiores lendas vivas do cinema mundial, completa 75 anos neste fim de semana.

De origem familiar ítalo-americana, o ator nova iorquino enraizado no Bronx também se aproxima de meio século dedicado ao cinema. Sua carreira duradoura conta com interpretações intensas e corajosas em um currículo invejável de 48 filmes.

Para comemorar a data, o Rotina Cinemeira embarca em uma pequena retrospectiva deste grande astro recomendando três grandes filmes. As produções indicadas perpassam por momentos distintos de sua carreira e possuem 20 anos de diferença, começando com um de seus maiores sucessos e encerrando com uma recente estreia que está em cartaz nos cinemas do Brasil.

Um Dia de Cão (Dog Day Afternoon, Estados Unidos, 1975)

Direção: Sidney Lumet

Al Pacino estreou nos cinemas em “Uma Garota Avançada” (1969) de Fred Coe e, cinco anos mais tarde, já despontava como um dos atores mais virtuosos, promissores e desejados da indústria cinematográfica. Neste curto espaço de tempo ele deu vida à Michael Corleone no incomparável “O Poderoso Chefão” (1972) e sua posterior sequência, ambos de Francis Ford Coppolla. Em meio aos dois filmes, o ator participou das elogiadas produções “Espantalho” (1973) de Jerry Schatzberg e “Serpico” (1973) de Sidney Lumet.

A parceria com Lumet foi repetida dois anos mais tarde em “Um Dia de Cão”, que mostra as consequências de um assalto a banco mal planejado, misturando à narrativa comédia e drama de uma maneira singela e harmoniosa. O filme é baseado na história real de John Wojtowicz que, com as mesmas motivações do personagem da ficção, elaborou e procedeu crime semelhante em uma agência do Brooklyn em 1972. Na ficção é Sonny Wortzik (vivido por Pacino) que arquiteta toda a ação, motivado a conseguir dinheiro fácil para que o seu amante, Leon (Chris Sarandon), faça uma cirurgia de mudança de sexo.

O assalto estava programado para durar apenas poucos minutos mas, fundamentado exclusivamente pelo amor a Leon e tendo um parceiro nada inteligente nessa operação (Sal, vivido pelo extraordinário John Cazale), Sonny entra em colapso e, em questão de horas, envolve uma quantidade significativa de reféns, provoca uma gigantesca mobilização policial, e chama a atenção da imprensa, que transforma o drama dos dois assaltantes em um grande show midiático. Histórias assim sempre possuem um clímax de tirar o fôlego e, assistir a “Um Dia de Cão” é, com certeza, uma experiência eletrizante.

"Dog Day Afternoon" (1975) de Sidney Lumet - Warner Bros. [us] | Artists Entertainment Complex

Fogo Contra Fogo (Heat, Estados Unidos, 1995)

Direção: Michael Mann

Na época das filmagens de “Fogo Contra Fogo”, além de astro disputado entre diretores e produtores de Hollywood, Al Pacino já possuía uma carreira consolidada e tardiamente reconhecida. Nos últimos vinte anos (entre “Um Dia de Cão” e “Fogo Contra Fogo”), ele deu vida a personagens icônicos no cinema, papéis inesquecíveis para muitos cinéfilos como Tony Montana em “Scarface” (1983), Ricky Roma em “O Sucesso a Qualquer Preço” (1992) e, mais uma vez, Michael Corleone em “O Poderoso Chefão - Parte III” (1990).

No longa de Michel Mann, Al Pacino interpreta Vincent Hanna, um agente que trabalha no Departamento de Roubos e Homicídios da Polícia de Los Angeles. Completamente apaixonado por seu serviço, o policial percebe que sua vida pessoal está em desequilíbrio, justamente pela excessiva dedicação ao trabalho, o que acaba prejudicando, inclusive, o seu casamento. Em meio ao seu drama particular, Hanna deve investigar um grande assalto ocorrido na cidade, que vitimou três policiais e causou um prejuízo de mais de um milhão de dólares em títulos de crédito aos cofres públicos.

Encabeçando este crime e liderando mais uma série de roubos altamente planejados está Neil McCauley (Robert De Niro), um criminoso de renome que está determinado a nunca mais voltar para a cadeia após passar muitos anos preso. Ao lado do seu braço direito, Chris Shiherlis (Val Kilmer), Neil comandará a sua perigosa gangue com imoral frieza, confrontando diretamente o experiente, determinado e atarefado Vincent Hanna.

Com uma trama obsessivamente arrepiante, “Fogo Contra Fogo” se tornou um clássico instantâneo, um épico do gênero policial e um dos melhores filmes do diretor Michael Mann. O filme ainda é famoso por fazer com que duas das maiores estrelas de Hollywood contracenassem pela primeira vez. Al Pacino e Robert De Niro já tinham integrado o elenco de “O Poderoso Chefão - Parte II” (1974) de Coppolla, mas não se encontraram frente às câmeras nenhuma vez na ocasião. O encontro dos dois astros voltou a acontecer em “As Duas Faces da Lei” (2008) de Jon Avnet.

Al Pacino e Robert De Niro em "Heat" (1995) de Michael Mann - Warner Bros. [us] | Regency Enterprises [us]

Não Olhe para Trás (Danny Collins, Estados Unidos, 2015)

Direção: Dan Fogelman

Além de “As Duas Faces da Lei”, os últimos vinte anos de carreira de Al Pacino fora repletos de trabalhos importantes dos quais merecem grande destaque “Donnie Brasco” (1997) de Mike Newell, “O Informante” (1999) de Michael Mann, “Insônia” (2002) de Christopher Nolan, “You Don’t Know Jack” (2010) de Barry Levinson e “Salomé”, (2013) dirigido pelo próprio ator.

Recentemente, Al Pacino estreou seu mais novo trabalho, a comédia dramática “Não Olhe para Trás”, onde interpreta Danny Collins (personagem que dá nome ao filme no título original), um veterano artista pop que, embora não tenha caído no ostracismo, vive há mais de 30 anos sem compor nenhuma música e apenas reprisa e reproduz antigos sucessos em seus shows.

Cansado da rotina de álcool, drogas e mulheres, exageros que a fama lhe proporcionou, Danny encontra um forte motivo para dar novos rumos para sua vida. O músico descobre uma carta que John Lennon escreveu para ele há mais de quarenta anos, mas que nunca tinha chegado em suas mãos. Inspirado pelas palavras do eterno beatle, Collins decide interromper a carreira para tentar estabelecer laços afetivos com o filho, já adulto, a quem nunca conheceu.

“Não Olhe para Trás” estreou no Brasil no último dia 16 e continua em cartaz em algumas salas de cinema do país. Oportunidade excelente para ver como Al Pacino ainda mantém uma boa forma e um ótimo programa para o seu momento de descanso.

Al Pacino no recém lançado "Danny Collins" (2015) de Dan Fogelman - Big Indie Pictures [us] | ShivHans Pictures [us]

É ISSO... BOM FIM DE SEMANA E BOAS SESSÕES!

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