Tem início hoje, no Sesc Palladium em Belo Horizonte, a
Mostra “O Roteiro no Cinema Dinamarquês”. Ao todo serão exibidos na Sala
Professor José Tavares de Barros, até o dia 29 de março, dez filmes que farão
um recorte abalizado do atraente cinema realizado na Dinamarca, famoso por suas
histórias envolventes, reflexo de roteiros muito bem construídos.
O cinema dinamarquês alcançou a sua excelência e ganhou
respeito justamente pela simplicidade de suas produções. O forte teor dos
textos somado às sóbrias e expressivas atuações de seus atores são herança do
comedido mas poderoso cinema escandinavo. Este que sempre nos presenteou com
inestimáveis obras de arte, sobretudo com Carl Theodor Dreyer e Ingmar Bergman
em décadas anteriores. Nos próximos dias poderemos conferir os trabalhos de
renomados diretores como Lars von Trier, Lone Scherfig e Nicolas Winding Refn.
A sessão de abertura da Mostra apresentará o cultuado “Festa de Família” (1998) de Thomas
Vinterberg, que resgata a maneira clássica de fazer cinema, de forma mais
realista e menos comercial. O filme é o percussor do movimento Dogma 95, um
manifesto de caráter técnico que vai na contramão da exploração industrial observada
em Hollywood nos últimos anos. O longa retrata o encontro de uma família
dinamarquesa de classe alta na comemoração dos 60 anos de seu patriarca.
Reunidos em um hotel de luxo, os filhos resolvem revelar fatos chocantes de
suas vidas, manifestando os seus instintos mais cruéis e transformando a
reunião em um pavoroso e aterrador evento.
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"Festen" (1998) de Thomas Vinterberg - Nimbus Film Productions [dk] |SVT Drama [se] |
Com o apoio da Embaixada Real e do Instituto Cultural da
Dinamarca no Brasil, a Mostra ainda contempla produções que vão além do
manifesto. Estão entre os títulos elencados, longas mais recentes como “Aplausos” (2009) de Martin Zandvliet; “Sexo, Drogas e Impostos” (2013) de
Christoffer Boe; e “Em um Mundo Melhor”
(2010) de Susanne Bier, último vencedor do país na categoria de melhor filme
estrangeiro do Oscar na edição de 2011.
Outra atração da Mostra será um workshop realizado entre
os dias 24 e 26 de março ministrado pelo roteirista dinamarquês Jens Dahl
(responsável por trabalhos como “Pusher”
(1996) de Nicolas Winding Refn; e “Rosa
Morena” (2010) de Carlos Augusto de Oliveira). Em sua explanação, Dahl realizará
uma revisão sobre o estilo e as técnicas narrativas dos autores dinamarqueses,
grandes responsáveis pelo êxito das produções cinematográficas do país.
Selecionando apenas 16 participantes, as inscrições para
o workshop se encerraram na última sexta-feira, dia 13. Porém, o público tem,
até o final deste mês, a chance de conferir toda a diversidade da produção
audiovisual contemporânea dinamarquesa, um cinema de pouca acessibilidade não
só no Brasil como em toda a América Latina.
A programação completa está disponível no site do Sesc
Palladium (www.sescmg.com.br/sescpalladium) ou pode ser acessada diretamente pelo
link "O Roteiro no Cinema Dinamarquês".
A entrada é gratuita, mas é necessário retirar os ingressos
na bilheteria do Sesc duas horas antes de cada sessão. O espaço está sujeito a
lotação. Observação: a casa não funciona às segundas-feiras.
A Sala Professor José Tavares de Barros está localizada
no Sesc Palladium, na Avenida Augusto de Lima 420, centro de Belo Horizonte.
Com base na programação divulgada pelo Cine Sesc, o Rotina Cinemeira selecionou e agora
indica quatro filmes imperdíveis desta Mostra, confira:
Europa (Europa,
Espanha | Dinamarca | Suécia | França | Alemanha | Suíça, 1991)
Direção: Lars von Trier
Leopold Kessler (Jean-Marc Barr) é um jovem americano de origem germânica que chega à Alemanha depois do fim da Segunda Guerra Mundial, não por obrigações militares, mas para conhecer o seu país de origem e participar da sua reconstrução. Em sua primeira viagem oficial trabalhando como estagiário nas ferrovias, ele conhece Katharina Hartmann (barbara Sukowa), filha do diretor da companhia. À medida que vai entrando no universo da família, Leopold se deixa envolver nas labirínticas manipulações de ex-oficiais nazistas. Quando o jovem toma consciência de sua ingenuidade já pode ser tarde demais.
Em um Mundo Melhor (Hævnen, Dinamarca | Suécia, 2010)
Leopold Kessler (Jean-Marc Barr) é um jovem americano de origem germânica que chega à Alemanha depois do fim da Segunda Guerra Mundial, não por obrigações militares, mas para conhecer o seu país de origem e participar da sua reconstrução. Em sua primeira viagem oficial trabalhando como estagiário nas ferrovias, ele conhece Katharina Hartmann (barbara Sukowa), filha do diretor da companhia. À medida que vai entrando no universo da família, Leopold se deixa envolver nas labirínticas manipulações de ex-oficiais nazistas. Quando o jovem toma consciência de sua ingenuidade já pode ser tarde demais.
Em um Mundo Melhor (Hævnen, Dinamarca | Suécia, 2010)
Direção: Susanne Bier
Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que trabalha em um campo de refugiados em um lugar isolado na África. Na Dinamarca, seu país natal, estão sua mulher Marianne (Trine Dyrholm) e seus dois filhos, Elias (Markus Rygaard) e Morten (Toke Lars Bjarke). Paralelamente, acompanhamos a história do garoto Christian (William Jøhnk Nielsen) que emigra para a Dinamarca ao lado de seu pai, Claus (Ulrich Thomsem), logo após a morte da mãe. Dois mundos distintos irão se cruzar.
Anton (Mikael Persbrandt) é um médico que trabalha em um campo de refugiados em um lugar isolado na África. Na Dinamarca, seu país natal, estão sua mulher Marianne (Trine Dyrholm) e seus dois filhos, Elias (Markus Rygaard) e Morten (Toke Lars Bjarke). Paralelamente, acompanhamos a história do garoto Christian (William Jøhnk Nielsen) que emigra para a Dinamarca ao lado de seu pai, Claus (Ulrich Thomsem), logo após a morte da mãe. Dois mundos distintos irão se cruzar.
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"Haeven" (2010) de Susanne Bier - Danmarks Radio (DR) [dk] | Det Danske Filminstitut [dk] | Film Fyn [dk] |
O Amante da Rainha (En
Kongelig Affære, Dinamarca | Suécia | República Checa, 2012)
Direção: Nikolaj Arcel
No século XVIII, a jovem britânica Caroline Mathilde (Alicia Vikander) se casa com o insano rei Christiano VII (Mikkel Boe Følsgaard), tornando-se rainha da Dinamarca. Quando o intelectual alemão Johann Friedrich Struensee (Mads Mikkelsen) se torna médico da corte, Christiano faz dele seu confidente e, posteriormente, ministro-chefe. Carolina também começa a se aproximar de Struensee, e logo os dois começam um romance. Idealistas corajosos que arriscam tudo em busca da liberdade do povo, eles começam a propor reformas que acabam mudando uma nação.
No século XVIII, a jovem britânica Caroline Mathilde (Alicia Vikander) se casa com o insano rei Christiano VII (Mikkel Boe Følsgaard), tornando-se rainha da Dinamarca. Quando o intelectual alemão Johann Friedrich Struensee (Mads Mikkelsen) se torna médico da corte, Christiano faz dele seu confidente e, posteriormente, ministro-chefe. Carolina também começa a se aproximar de Struensee, e logo os dois começam um romance. Idealistas corajosos que arriscam tudo em busca da liberdade do povo, eles começam a propor reformas que acabam mudando uma nação.
Noroeste (Nordvest,
Dinamarca, 2013)
Direção: Michael Noer
Casper (Gustav Dyekjær Giese) trabalha como ladrão para Jamal (Dulfi Al-Jabouri), o líder de uma quadrilha árabe, porém almeja uma posição mais alta no mundo do crime. Na sua escalada, não demorará para que se alie a Björn (Roland Møller), que se dedica ao tráfico de drogas, sem imaginar que sua mudança repentina poderá custar sua vida.
Casper (Gustav Dyekjær Giese) trabalha como ladrão para Jamal (Dulfi Al-Jabouri), o líder de uma quadrilha árabe, porém almeja uma posição mais alta no mundo do crime. Na sua escalada, não demorará para que se alie a Björn (Roland Møller), que se dedica ao tráfico de drogas, sem imaginar que sua mudança repentina poderá custar sua vida.
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