terça-feira, 19 de maio de 2015

“Mais do que eu possa me Reconhecer” de Allan Ribeiro é destaque do Projeto “Cinema em Transe” nesta terça no Sesc Palladium | Rotina em Belo Horizonte

No incessante esforço de levar os novos filmes realizados no Brasil para um maior e mais diversificado número de pessoas, a exibição do documentário “Mais do que eu possa me Reconhecer” (2015), do diretor carioca Allan Ribeiro, dará sequência à programação do Projeto “Cinema em Transe”. O longa produzido pela Acalante Filmes pode ser conferido hoje, às 20:00, na Sala Professor José Tavares de Barros do Sesc Palladium, no centro de Belo Horizonte.

Repleta de recentes e grandiosas produções, a cinematografia brasileira alcança um patamar de aceitação de público e crítica cada vez mais respeitável. Na cena documental o país já era onipresente, sendo um dos principais representantes do gênero no mundo e tendo nos nomes de Eduardo Coutinho, João Moreira Salles e Vladimir Carvalho os seus maiores expoentes. Nome estimado no cenário vanguardista do cinema autoral, Allan Ribeiro mantém a tradição documentarista do país ao lançar em seu novo trabalho um olhar raro e invulgar sobre o professor e artista plástico Darel Valença Lins.

Trancafiado em oitocentos metros quadrados de solidão, o gravurista pernambucano descobre na videoarte uma imanente companhia para manter viva a sua intrínseca e espelhada relação com o mundo, que já lhe é cara. Entrevistado pelo próprio Allan Ribeiro em uma prosa franca e afetuosa, Darel esbanja erudição ao discursar sobre a sua maneira de fazer arte e sobre o incômodo de se “fazer cinema” ao traduzir em palavras a simplicidade caseira de suas filmagens. O artista ainda questiona os comedidos métodos de trabalho e o olhar econômico de Allan para realização do filme. Por fim, a troca de experiências entre os dois personagens nos leva a presenciar um registro arrebatador e cativante desse encontro.

Recheadas de originalidade e com uma qualidade cada vez mais plural, as nossas produções estão ganhando pujança, refletindo, inclusive, no amadurecimento nítido e categórico de nossos documentários. Resultado disto, foi observar “Mais do que eu possa me Reconhecer” sendo escolhido pelo júri da crítica como o grande vencedor da Mostra Aurora (seção competitiva de longas-metragens), que integrou 18ª. Edição da Mostra de Cinema de Tiradentes, plataforma importante para o lançamento de novos filmes no circuito nacional e que ocorreu no início deste ano.

"Mais do que eu possa me Reconhecer" (2015) de Allan Ribeiro - Acalante Filmes [br]

Dirigindo o seu segundo longa, Allan Ribeiro estará presente na Sala Professor José Tavares de Barros para participar de um debate sobre “Mais do que eu possa me Reconhecer” logo após a sua projeção. O diretor também é responsável pelo belíssimo e poético “Esse Amor que nos Consome” (2012), longa dirigido em conjunto com o amigo Douglas Soares e que fez parte da programação do Projeto “Cinema em Transe” no ano passado com uma exibição especial em abril de 2014.

Buscando ainda a disseminação de obras atuais e extremamente necessárias, destacamos os importantes trabalhos de Allan Ribeiro em curtas-metragens que se enquadram ou flertam com o gênero documental, como é o caso do seco e reflexivo “A Dama do Peixoto” (2010) e do alegórico e performático “O Clube” (2014). Além desses, podemos indicar também o seu ótimo primeiro trabalho como diretor no curta de ficção “Depois das Nove” (2008).

Criado em janeiro de 2013 com o intuito de promover o Cinema Nacional, o Projeto “Cinema em Transe” se transformou em um importante veículo para a disseminação de produções lançadas recentemente e que obtiveram destaque significativo em festivais de cinema pelo Brasil e pelo mundo. Ao longo desses últimos dois anos, as ações do projeto contribuíram muito para a divulgação e difusão do cinema produzido no país, explorando vários temas e possibilitando um contato maior do público com importantes obras da nossa cinematografia, por vezes raras e de difícil acesso.

Ressalvando o enorme valor cultural do projeto, vale lembrar que as exibições no Sesc Palladium são quinzenais e em sessão única. Dessa forma, se a divulgação desses filmes não for feita permanentemente, muitos deles continuarão enfrentando grandes dificuldades para se lançarem no circuito comercial. Alguns desses excelentes filmes, por exemplo, são inéditos em Belo Horizonte e, lamentavelmente, terão pouco ou nenhum destaque nas salas de cinema da cidade. Confira, então, as produções já exibidas pelo projeto em 2015 com o link para os respectivos artigos e ajudem a divulgá-los:





Viva o Cineclubismo e viva o Cinema Nacional!


Observação: a entrada para a sessão de “Mais do que eu possa me Reconhecer” esta noite é gratuita, mas é necessário retirar os ingressos na bilheteria do Sesc Palladium duas horas antes da sessão. O espaço está sujeito a lotação.

A Sala Professor José Tavares de Barros está localizada no Sesc Palladium, na Avenida Augusto de Lima 420, centro de Belo Horizonte.

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