sexta-feira, 5 de junho de 2015

Cine Humberto Mauro exibe a partir desta sexta a Mostra “Screwball Comedy: As Comédias Malucas” | Rotina em Belo Horizonte

Astros e estrelas do calibre de Cary Grant, Claudette Colbert, Gary Cooper, James Stewart, Jean Arthur e Katharine Hepburn e diretores renomados como Ernst Lubitsch, George Cukor, e Preston Sturges foram ícones e grandes responsáveis por construir, através de seus notáveis trabalhos, uma época gloriosa para o cinema dos Estados Unidos que ficou conhecida popularmente como “A Era de Ouro de Hollywood”.

Dentro deste contexto, todos eles obtiveram grande destaque e conquistaram uma legião de fãs ao atuarem nos triviais filmes da “comédia screwball”, um popular subgênero cinematográfico que dominou as produções dos grandes estúdios com muita força no período (principalmente nas décadas de 30 e 40) e a que agora preencherá, a partir de hoje, a tela do Cine Humberto Mauro em Belo Horizonte.

Estendida até o dia 24 de junho, a Mostra “Screwball Comedy: As Comédias Malucas” brindará o público da capital mineira com 20 tradicionais clássicos carregados de destreza, intrepidez e, sobretudo, irreverência. Títulos inquestionáveis como, por exemplo, “O Galante Mr. Deeds” (1936) de Frank Capra e “Jejum de Amor” (1940) de Howard Hawks, além do menos reverenciado "Um Casal do Barulho” (1941) de Alfred Hitchcock, integrarão este agradável e especial evento.

Basicamente, as temáticas trabalhadas pelas “comédias screwball” são sustentadas por relações amorosas que apresentam (através de suas situações absurdamente irreais) soluções para uma fuga ou libertação de amarras sociais culturalmente impostas, funcionando como uma ferramenta segura para trabalhar os assuntos mais complicados de uma maneira extremamente leve. Tais características refletem o turbulento panorama de uma conturbada sociedade estadunidense (e por que não, mundial?) que vive o seu constante processo de transformação.

Não obstante, as linhas de interpretação observadas em todos esses filmes possuem relações estreitas com o teatro popular, sendo constantemente associadas ao agitado pastelão, ao melodramático romance e às tradicionais comédias de situação. Os diálogos ágeis e recheados de frases de duplo sentido (somados sempre ao timing que os grandes atores e atrizes impunham aos seus personagens) revolucionaram o gênero da comédia, e ainda conseguiam transmitir as suas mensagens de uma forma genial num momento em que a indústria era sufocada pelas duras proibições do Código Hays.

Ainda dentro da programação, a “História Permanente do Cinema” (mostra contínua do Cine Humberto Mauro que exibe, sempre às 17:00 de todas as quintas-feiras, sessões comentadas de clássicos absolutos da história do cinema) terá programação especial, pois irá dialogar com esta Mostra apresentando mais dois grandes filmes ilogicamente ágeis e divertidos. No dia 11 de junho será exibido “Quanto mais quente Melhor” (1959) do irônico mestre das narrativas inteligentes Billy Wilder. Já na semana seguinte, no dia 18, o público poderá conferir “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977) de Woody Allen que, dentre os diretores que surgiram nas décadas seguintes, é o que melhor emprega as engenhosas características das “comédias screwball” e ainda homenageia o gênero em seus mais recentes trabalhos.

A programação completa está disponível no site da Fundação Clóvis Salgado (fcs.mg.gov.br) ou pode ser acessada diretamente pelo link "Screwball Comedy: As Comédias Malucas".

A entrada é gratuita, mas é necessário retirar os ingressos na bilheteria do cinema meia hora antes de cada sessão. O Cine Humberto Mauro está localizado no Palácio das Artes, na Avenida Afonso Pena 1537, centro de Belo Horizonte.

Com base na programação divulgada pela gerência da casa, o Rotina Cinemeira selecionou e agora indica quatro filmes imperdíveis desta Mostra, confira:

Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, Estados Unidos, 1934)

Direção: Frank Capra

O jornalista desempregado Peter Warne (Clark Gable) não imaginava o que estava prestes a vivenciar quando, ao subir em um ônibus que seguia viagem para Nova York, se deparou com a mimada Ellie Andrews (Claudette Colbert), filha e única herdeira do milionário Alexander Andrews (Walter Connolly). A jovem tinha acabado de fugir do iate de sua família, pois o pai não aprovava quem ela havia escolhido como futuro marido.

Peter enxerga no drama de Ellie a oportunidade para obter uma boa história digna de matéria de capa em colunas sociais, um grande furo de reportagem que talvez pudesse lhe devolver o emprego que acabara de perder. Entretanto, vários acontecimentos que se desdobram deste burlesco encontro acabam por criar uma forte aproximação entre e o ávido gazeteiro e a meticulosa dama.

"It Happened One Night" (1934) de Frank Capra - Columbia Pictures Corporation [us]

Levada da Breca (Bringing up Baby, Estados Unidos, 1938)

Direção: Howard Hawks

Tentando garantir um milhão de dólares em doações para o museu onde trabalha, o paleontólogo David Huxley (Cary Grant) joga partidas de golfe com o seu potencial benfeitor e procura agradá-lo facilitando os jogos, transformando a sua eventual derrota no lazer em sua maior vitória na carreira profissional. Huxley também está com seu casamento marcado, e a urgência por um “patrocínio” se faz ainda mais urgente.

Confuso e totalmente desesperado, David começa a ser perseguido pela volúvel e irritante Susan Vance (Katharine Hepburn), herdeira de uma milionária fortuna que está acostumada a ter tudo o que quer. Carregada de petulância, Susan decide se casar com David e, para mantê-lo ao seu lado, ela se utiliza de todos os recursos possíveis, envolvendo de maneira inconsequente até mesmo o leopardo Baby, seu “pequeno” animal de estimação. Com uma sucessão de problemas intermináveis, a vida deste pacato homem é posta de cabeça para baixo.

"Bringing up Baby" (1938) de Howard Hawks - RKO Radio Pictures [us]

As Três Noites de Eva (The Lady Eve, Estados Unidos, 1941)

Direção: Preston Sturges

Charles Pike (Henry Fonda), rico e inocente dono de uma importante cervejaria conhece a bela provocadora Jean Harrington (Barbara Stanwyck) em um cruzeiro. Apesar de ser um jovem milionário, Pike conserva gostos estranhos e hábitos extremamente rústicos. Ele acabara de voltar de uma excursão pela Amazônia, onde passou um ano estudando sobre cobras. Jean, por sua vez, é uma implacável golpista que se aproxima de Charles unicamente para roubar-lhe toda a fortuna. Os dois acabam “se apaixonando”, mas um engano os separa.

Tempos depois, Jean reaparece em Connecticut para reencontrar o seu alvo. Ela precisa se disfarçar como uma importante herdeira de uma fortuna inglesa para tentar “reconquistar” Charles e tirar dele o máximo de dinheiro possível. O retorno da charlatã poderá ser atormentador para o playboy, mas o cupido poderá ser certeiro em uma segunda chance.

"The Lady Eve" (1941) de Preston Sturges - Paramount Pictures [us]

Ser ou não Ser (To Be or not to Be, Estados Unidos, 1942)

Direção: Ernst Lubitsch

O período que marca o início da Segunda Guerra Mundial é retratado de uma forma inteligente e bem-humorada nessa comédia clássica e proeminente do diretor Ernst Lubitsch (judeu alemão de nascimento) e que se passa durante a ocupação nazista na Polônia. No filme, acompanhamos corajosos artistas de teatro liderados pelo espavorido ator e diretor Joseph Tura (Jack Benny) e sua esposa Maria (Carole Lombard) que se infiltram na Gestapo a fim de libertar membros da resistência polonesa, presos na tentativa de rastrear e interceptar as atividades de um espião alemão.

Fingindo serem integrantes da polícia secreta do Estado Nazi, os integrantes do grupo acabam sendo descobertos e se envolvem por completo nessa rede de espionagem. Maria é presa e o resto da trupe tenta, de maneira audaciosa, arquitetar um arrojado plano para resgatá-la das mãos dos subordinados de Hitler.

"To Be or not to Be" (1942) de Ernst Lubitsch - Romaine Film Corporation [us]

BOM DIVERTIMENTO E BOAS SESSÕES!

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