Como fora
antecipado, 2019 ficará marcado como o ano da plena reestruturação do espaço de
publicações e interações do Rotina Cinematográfica, mesmo
sabendo que seja necessário fazer uma série de sacrifícios para colocar em
prática todas as mudanças planejadas. Janeiro já iniciou de uma maneira bem diferente
e com o relançamento da coluna “Identidade Nacional” volto a valorizar
e a destacar a força e a qualidade de nossas produções, de forma que ainda pretendo
continuar lançando luz à algumas das maiores estreias do cinema brasileiro ao
longo das próximas semanas nas principais salas do país e que merecem sim ser
conferidas por todos.
Entretanto, a
minha íntima e apaixonada relação com a sétima arte sofreu uma quebra de ritmo
vertiginosa em virtude dos últimos acontecimentos no país. Como geógrafo e como
mineiro, o infortúnio catastrófico de Brumadinho alimentou em mim – e em muitas
outras pessoas – uma onda de pessimismo e descrença em relação ao futuro. Reflexões
e “auto-provocações” acabam sacudindo a nossa mente e nos fazendo questionar
sobre o que de fato queremos entregar para a humanidade nos pares de anos que
se seguirão. É bem difícil, mas precisamos enxergar saídas sensatas para tentar
colocar em equilíbrio um mundo onde não se vale a pena aprender com os próprios
erros. Acredito que a cultura talvez seja uma das bases mais complacentes e
flexíveis para despertar o pouco de altruísmo que ainda existe dentro de cada “ser
pensante” deste planeta.
É fato que o
ano começou bastante corrido, muito embora a maioria das pessoas venha tendo a impressão
de que essas primeiras semanas estejam demorando uma eternidade para passar. Para
mim, esse tempo que pouco a pouco se rasteja é, basicamente, o resultado da soma
dessa minha sensação de mal-estar com os meus esforços para finalmente tentar
colocar a casa em ordem (no caso, as humildes atualizações deste blog).
Justificando o título do artigo e voltando para o campo cinematográfico, entrego
agora o balanço geral da minha rotina ao longo desse mês. Foram apenas 22
filmes vistos ou revistos, um início tímido se comparado a janeiro do ano
passado - período em que já havia conferido 56.
A partir de
fevereiro o número de títulos assistidos tende a aumentar, simplesmente pelo
fato de que nos próximos dias começarei a intensificar a famosa maratona com os
indicados que me restam contemplar desta insípida temporada de premiações do
cinema estadunidense em 2019. A meta pessoal de tentar assistir a pelo menos um
filme por ano continua, mas, dessa vez, será sem sofrimentos. Vou tentar
estabelecer um ritmo mais tranquilo para poder apreciar com mais zelo cada uma
das mensagens que essas obras terão para me oferecer em um ano que, mais uma
vez, promete ser extremamente desafiador.
E para
enriquecer ainda mais essas experiências, resolvi adotar um método que há muito
tempo vinha relutando em empregar em minhas publicações, que é o de dar notas a
todos os filmes vistos e revistos ao longo do ano. Ainda não estabeleci a
categorização de cada uma das notas (qual é ruim, regular, boa, excelente,
etc...), mas elas estarão graduadas de meia a cinco estrelas e devidamente classificadas
nos próximos dias. Com certeza a cotação e ordenação de todos esses títulos poderá
ampliar os debates aceca dos mesmos e virá como mais uma forma de enriquecer
futuras discussões.
Por fim, reforço que sempre tenho o costume de indicar
todos os filmes aos quais assisto. Por pior que sejam, cada um deles tem o direito
a uma indicação, simplesmente pela proposta à experiência da degustação
cinematográfica. Uma vez ou outra (no caso, quase sempre) o que agrada aos
olhos de uma pessoa pode não agradar aos olhos de todas as outras.
001 - Bao (Bao, Estados Unidos | Canadá, 2018)
★ ★ ★ ★
002 - Canção da Vitória, A (Yankee Doodle Dandy, Estados Unidos,
1942)
★ ★ ★ ½
003 - Caso de Amor ou O Drama de
uma Empregada da Companhia Telefônica, Um (Ljubavni
Slucaj ili Tragedija Sluzbenice P.T.T., Iugoslávia, 1967)
★ ★ ★ ½
004 - Comportamento Animal (Animal Behaviour, Canadá, 2018)
★ ★ ½
005 - Culpa (Den Skyldige, Dinamarca, 2018)
★ ★ ★ ½
006 - Desenterrando Sad Hill (Desenterrando Sad Hill, Espanha, 2017)
★ ★ ★ ★ ½
007 - Domando o Destino (The Rider, Estados Unidos, 2017)
★ ★ ★ ★ ½
008 - Esposa, A (The Wife, Reino Unido | Suécia | Estados
Unidos, 2017)
★ ★ ★ ½
009 - Eutanásia (Armomurhaaja, Finlândia, 2017)
★ ★ ★
010 - Excelentíssimos (Excelentíssimos, Brasil, 2018)
★ ★ ★
011 - Fando e Lis (Fando y Lis, México, 1968)
★ ★ ★
013 - Homem da Cabeça Raspada, O
(De Man die zijn Haar Kort liet Knippen,
Bélgica, 1966)
★ ★ ★ ★
014 - Lugar Silencioso, Um (A Quiet Place, Estados Unidos, 2018)
★
★ ★ ½
015 - No Coração da Escuridão (First Reformed, Estados Unidos | Reino
Unido | Austrália, 2017)
★ ★ ★ ★ ★
016 - Oitava
Série (Eighth Grade, Estados Unidos,
2018)
★ ★ ★ ★ ½
017 - Pantera
Negra (Black Panther, Estados Unidos
| África do Sul | Coreia do Sul | Austrália, 2018)
★ ★ ★ ★
018 - Pequeno Passo, Um (One Small Step, Estados Unidos | China,
2018)
★ ★ ★
019 - Primeiro Homem, O (First Man, Estados Unidos | Japão, 2018)
★ ★ ★ ½
020 - Querido Menino (Beautiful Boy, Estados Unidos, 2018)
★ ★ ★ ½
022 - Rua 42
(42nd Street, Estados
Unidos, 1933)
★ ★ ½
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| * "Fauve" (2018) de Jeremy Comte - Achromatic Media | Midi la Nuit |
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