terça-feira, 17 de novembro de 2015

Revisitando o Universo de “Star Wars”

Estamos a um mês da estreia mais aguardada do ano! “Star Wars Episódio VII: O Despertar da Força” (2015) ainda nem chegou aos cinemas, mas já causa ondas de aflição e histeria coletiva em vários cantos do planeta há muitos meses. Desde a notícia que confirmava o retorno do trio Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford para uma nova trilogia, fãs e (até mesmo) não fãs da extravagante e sublime Saga Intergaláctica de George Lucas aguardam ansiosamente para conferir os rumos que a Aliança Rebelde levou à Galáxia logo após derrubar o Império, restaurar a República e colocar o ponto final nos maléficos planos que eram traçados dentro da “temível” Estrela da Morte.

Entre os teasers e os trailers contagiantes lançados na TV e na Internet (e até mesmo entre uma débil polêmica envolvendo a escalação dos protagonistas) sempre pairavam especulações sobre o enredo das novas aventuras da ex-horda liderada pela Princesa Leia (Fisher), sempre acompanhada por militares, dróides, wookies e outras criaturas. Maníacos pela série (incluindo os autointitulados especialistas na Força) rechearam seus blogs, fóruns de discussões e, principalmente, as redes sociais com uma série de teorias e, sobretudo, “achismos” sobre a continuação da Saga.

Para completar essa agonia alvoroçada, os contornos de um novo épico foram definitivamente traçados quando o diretor J. J. Abrams nos plantou a semente da dúvida, fazendo com que Luke Skywalker (Hamill) sequer desse as caras nem no pôster oficial e nem no trailer promocional de “O Despertar da Força”. Remoídos pela perplexidade de tentar encontrar explicações para esse mistério, amplificamos ao máximo os desejos de que os próximos trinta dias passem voando tão velozes quanto a Millennium Falcon de Han Solo (Ford).

Chewie (Peter Mayhew) e Han Solo (Harrison Ford) estarão de volta em "Star Wars Episode VII: The Force Awakens" (2015)
Lucasfilm [us] | Bad Robot [us] | Truenorth Productions [is]

Frente a todas essas notícias (ou a falta delas), o sentimento é de que o dia 17 de dezembro ainda parece muito longínquo, porém, até lá, muitas pessoas já tiveram a ideia de revirar as suas coleções de filmes a fim de reverem todos os episódios de “Star Wars”, seja em maratonas ou em dias espaçados, mas sempre a tempo de chegarem muito mais bem preparadas para a tão esperada estreia; já outras querem ter a oportunidade de serem apresentadas ao Universo de “Star Wars” pela primeira vez. Sim! Pode parecer incomum (pelo menos para os mais fieis admiradores de Saga), mas existem pessoas que não conhecem uma vírgula sequer das aventuras que aconteceram “há muito tempo em uma galáxia muito distante”.

Hereges? Não vamos ser tão radicais assim...

Incluindo todos os spoilers escancarados (e por mais que algumas cenas, jargões e frases marcantes e reveladoras sejam pilares fundamentais da cultura pop na contemporaneidade), muitos realmente desconhecem ou não se interessam por cinema, ou simplesmente por “Star Wars”, e isso é absolutamente compreensível! O mais importante é que, como já foi dito anteriormente, boa parcela dessas pessoas têm o desejo de acompanhar a Saga, sendo que algumas delas vêm procurando saber, inclusive, qual é a melhor sequência para assistir e compreender toda a história dos filmes. E quando dou as dicas ou defendo a minha opinião sobre qual é a melhor maneira de seriar os episódios, sempre fico com certa inveja, afinal quem não queria ter a mesma sensação de desbravadores iniciantes e descobrir esse universo fascinante sem estar ciente de todas as surpresas que ele guarda, ou pelo menos ter o poder lembrar como foi a primeira experiência ao conhecer todos os seis filmes? Eu não lembro a minha! :-(

Um ponto favorável para essas pessoas é que todos os seis episódios já estão filmados e disponíveis, podendo serem vistos na ordem que elas bem entenderem. Na regra geral, bastaria escolher entre as duas grandes correntes clássicas que defendem ou assistir aos filmes na ordem de lançamento (IV - V - VI - I - II - III) ou assisti-los na ordem cronológica dos acontecimentos (I - II - III - IV - V - VI). Entretanto, fui apresentado recentemente a uma terceira corrente que, por mais “non sense” que possa parecer, talvez defenda a melhor maneira de se conhecer o universo de “Star Wars”. A corrente é batizada “Ernst Rister” e, depois de experimentá-la e aprová-la, passei a indicá-la para todos aqueles que me perguntam: “Afinal, Qual é a melhor maneira para se assistir ‘Star Wars’?”. Atenção para a ordem:

- “Episódio IV: Uma Nova Esperança” (1977);

- “Episódio V: O Império Contra-Ataca” (1980);

- “Episódio I: A Ameaça Fantasma” (1999);

- “Episódio II: Ataque dos Clones” (2002);

- “Episódio III: A Vingança dos Sith” (2005);

- “Episódio VI: O Retorno de Jedi (1983);

Princesa Leia Organa (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hamill) em "Star Wars Episode IV: A New Hope" (1977)
Lucasfilm [us] | Twentieth Century Fox Film Corporation [us]

Justamente por ser um apaixonado pelo Universo de “Star Wars”, sempre defendi, com unhas e dentes, conferir os filmes na romanceada sequência de lançamento, confiando sempre na genialidade de George Lucas e na soberba forma de se contar sobre “a queda” e a “ascensão” de Darth Vader, nessa devida ordem. Entretanto, as variáveis da corrente “Ernst Rister” que me conquistaram podem parecer malucas, como já disse, mas algumas das explicações que virão a seguir podem clarear a visão de alguns fãs e fazer com que eles, assim como eu, passem a defender abertamente que essa que talvez seja a melhor forma para acompanhar a extravagante e magnífica jornada de Skywalker pelo universo.

“Ernst Rister” quebra as duas correntes clássicas, defendendo assistir aos filmes na ordem de lançamento, mas resguardando “O Retorno de Jedi” como o capítulo de encerramento. A sequência proposta é sustentada, basicamente, por dois fatos:

Fato 1: a relação Vader-Luke é preservada até o momento certo da sua revelação: é o clímax da série; é o que dá os contornos dramáticos da trilogia clássica; e é o pilar que sustenta a história e que faz parte do encantamento se perder quando os seis filmes são vistos em ordem cronológica (o que é entendido até mesmo pelos defensores dessa sequência).

Fato 2: seguindo a corrente “Ernst Rister”, criamos um outro momento de surpresa na Saga. Deixando o Episódio VI como capítulo final e inserindo a (não tão) Nova Trilogia com toda a história de Anakin Skywalker logo após o fim do Episódio V, preservamos a relação Luke-Leia até o fim do Episódio III (penúltimo filme nessa ordem).

Novamente admito minha inveja, pois sei que nunca terei a sensação de montar esse quebra-cabeças que George Lucas (in)conscientemente construiu, mas tenho certeza que, para quem nunca viu a série e sequer sabe das suas revelações, a experiência deve ser absurdamente fantástica! Ainda vale lembrar que, de forma bem mais suave e menos misteriosa, as intenções do Chanceler Palpatine (Ian McDiarmid) também são preservadas até o clímax final, mas também merecem e compensam ser resguardadas por esta ordem.

Darth Vader e Luke Skywalker no momento clímax de "Star Wars Episode V: The Empire Strikes Back" (1980)
Lucasfilm [us]

Para os apressados há ainda a tremenda besteira de uma corrente (por mim, não recomendável) denominada “Ordem Machete” (IV - V - II - III - VI) que simplesmente exclui “A Ameaça Fantasma” da sequência, qualificando o capítulo inicial da Saga como irrelevante para a compreensão de toda história. Por maior que seja a raiva que alguns nutrem por Jar Jar Binks, ou por mais incompreensível ou intragável que seja a história dos midi-chlorians (que é rememorada por Palpatine em “A Vingança dos Sith), assistir ao Episódio I é extremamente importante. Como cinéfilos e, sobretudo, como apaixonados por “Star Wars”, devemos sempre confiar no trabalho e na ordem estabelecida pelo criador (neste caso, Lucas) ao contar uma história, ainda mais quando os enredos dos filmes a seguir se tratam de prequels. Queiram ou não queiram, tudo isso saiu de uma única e genial mente!

Apesar de não concordar com a “Ordem Machete”, ela segue a mesma filosofia da ordem “Ernst Rister”, preservando o Episódio VI como o capítulo final da sequência. Sempre considerei “O Retorno de Jedi” o filme mais fraco da Trilogia Clássica, mas, sendo o terceiro ou o sexto filme assistido, ele sempre encerrou a história de maneira limpa, correta e sem maiores surpresas. Corroborando os dois fatos primordiais que sustentam a “Ernst Rister” como uma boa corrente definidora da sequência ideal para acompanhar “Star Wars”, destaco que o toque de emoção que os momentos finais de “A Vingança dos Sith” nos oferecem são avultados simplesmente pela ação de encaixá-lo como o quinto filme a ser visto (e não o sexto ou o terceiro). Essa ação irá nos proporcionar uma experiência emocional arrebatadora e ainda mais contagiante ao assistir o Episódio VI (novamente) como o capítulo de desfecho da Saga.

Assim como “Uma Nova Esperança” funciona como o melhor ponto de partida para a Saga, “O Retorno de Jedi” se qualifica como o final perfeito para ela. Encaixando-as na corrente “Ernst Rister” conseguimos enxergar de maneira muito mais clara a confusão que sempre incomodou a consciência de Darth Vader, podendo ainda compreender todo o seu drama de forma mais clara e, finalmente, interpretar melhor a Profecia Jedi e constatar que os seis filmes contam, basicamente, a história de vida do “vilão” mais implacável da História do Cinema. Os filmes praticamente definem e embrulham toda a trama de “Star Wars” em um pacote muito especial, concluindo as histórias do Império (e do Imperador), de Anakin e de Luke. Bom, agora, pelo menos até aqui...

Apesar dos indícios de que o Episódio VII será um grande filme, ainda resguardo medo e apreensão, afinal sempre fui um defensor de que a “Hexalogia de Star Wars” conta como ninguém sobre a inocência e humanização de uma personagem fascinante que construiu a sua fama através do Lado Negro da Força. Que sejamos todos surpreendidos (POSITIVAMENTE!) no dia 17 de dezembro.

E claro, aproveitem este mês para reverem ou verem pela primeira vez os Episódios da Saga e, se possível, tentem seguir a sugestão desta postagem. Será uma experiência incrível! ;-)

BOAS SESSÕES! E QUE A FORÇA SEMPRE ESTEJA CONOSCO!

A famosa foto "Prequel Cast meets OT Cast" - Divulgação | imgur.com

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